São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Abate de matriz eleva preço do boi gordo

DA REPORTAGEM LOCAL

O abate indiscriminado de matrizes no ano passado está causando reflexos no mercado de boi. Nos últimos quinze dias, o preço da arroba chegou a R$ 27 em várias praças de comercialização, com alta de 3%.
A opinião é unânime entre três experientes fazendeiros, José Luis Gotardi, presidente do sindicato de Araçatuba (SP), José Olavo Borges Mendes, presidente da associação do zebu, e Geraldo Petrechi, do Sindicato Nacional dos Pecuaristas de Gado de Corte (Sindipec).
"Com o caixa baixo, o fazendeiro passou a viver uma fase difícil e foi obrigado a vender suas matrizes", diz Borges Mendes.
A matança das vacas acarretou a falta de bezerros, segundo o presidente da associação do zebu.
Ao mesmo tempo, houve aumento no consumo de carne.
"A demanda cresceu e a oferta de boi não acompanhou, ocasionando a alta dos preços", afirma Geraldo Petrechi.
Segundo ele, o Plano Real fez o consumo de carne subir 2,5% ao ano. Petrechi diz ainda que as chuvas em vários Estados dificultaram o transporte dos bois.
"Em algumas localidades os caminhões não conseguiam chegar."
O diretor do Sindipec não acredita em novas altas. "A arroba deve ficar entre R$ 25 e R$ 26, pois a concorrência da carne argentina é forte", afirma.
Ele acha também que a boa produtividade que o pecuarista tem conseguido com os cruzamentos pode compensar o grande abate de matrizes que houve.
Mas Borges Mendes pensa diferente. "O preço deve subir ainda mais. A BM&F já está prevendo isso", afirma ele.

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