São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cerqueira faz crítica a entidade

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Estado da Segurança Pública do Rio, general Nilton Cerqueira, disse que o diretor no Brasil da Human Rights Watch/Americas, James Cavallaro, é um "alienígena" e não tem representatividade para falar da polícia do país.
Cerqueira criticava o teor do relatório produzido pela ONG (organização não-governamental) com sede nos EUA, que apontou números da violência de policiais de sete capitais do país.
Em entrevistas separadas, Cerqueira e Cavallaro trocaram acusações. Cavallaro criticou a política do governo de gratificações e promoções de policiais pela prática de supostos atos de bravura.
Segundo Cavallaro, dos 92 incidentes apurados pela ONG nos quais os policiais envolvidos foram premiados pela Secretaria da Segurança, "morreram 72 pessoas e seis policiais".
Cavallaro afirmou que, em "mais de 80%" desses casos, não foram ouvidas pelo menos duas testemunhas insuspeitas.
Cerqueira ficou irritado com as declarações de Cavallaro. "Não reconheço legalidade nem representatividade nessa associação."
O assessor técnico do secretário, Milton Correa da Costa, disse que os 72 que morreram em supostos confrontos "eram bandidos".
Para Cavallaro, que é norte-americano, sua ONG não defende traficantes de drogas e bandidos. "Lugar de bandido é na cadeia. Mas, esse também é o lugar do bandido fardado."

Texto Anterior: Atos são tortura, diz ministro
Próximo Texto: Policiais ganharam gratificação 'faroeste'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.