São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Deputado acusa PMs de o prenderem

FABIO SCHIVARTCHE; RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Erasmo Dias (PPB) acusou ontem policiais militares de o terem detido irregularmente, em um bar nos Jardins (zona oeste de São Paulo), no dia 19 de dezembro do ano passado.
Segundo Dias, eram 16h e ele estava tomando café quando foi abordado por dois PMs.
"Eram bem maiores do que eu. Pediram meus documentos e minha pistola (9 mm). Depois que entreguei me puseram no chiqueirinho da viatura (banco traseiro, separado por uma tela)."
As afirmações de Dias foram feitas durante o depoimento do secretário José Afonso da Silva, na CPI de Diadema.
Os PMs envolvidos no episódio contam outra versão. O capitão Vanderley Roher, hoje no 4º Batalhão, diz que Dias foi desarmado por ameaçar, de arma em punho, dois PMs em serviço. Dias diz que ficou "dando voltas na região por 40 minutos."
O deputado conta que os PMs falaram com um superior pelo rádio e marcaram encontro na rua Augusta, onde pediram desculpas pelo mal-entendido.
"Os policiais foram de uma prepotência absurda. Se isso aconteceu com um senhor de idade e deputado, é claro que pode acontecer em Diadema e em todo o Estado."
Segundo o capitão Roher, o deputado estava tomando cerveja com apontadores do jogo do bicho em uma padaria e disse a dois PMs que estavam no local que eles deveriam estar patrulhando. Os PMs saíram.
Logo depois, Dias teria se dirigido a outra padaria. Confundiu dois PMs que estavam no local com os anteriores e, de arma em punho, gritou que o estavam "perseguindo". Foi desarmado.
Quando era encaminhado ao 78º DP no carro da PM, identificou-se como deputado. Os policiais pediram orientação ao capitão, que foi ao local. "Ele não quis registrar queixa. Eu nem pedi o registro e o porte da arma."

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