São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Defesa estuda impugnar fita

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

À defesa dos acusados pelos crimes na favela Naval cabe tentar amenizar a responsabilidade dos PMs, já que o vídeo expôs a violência, dizem advogados criminalistas. Outra alternativa é a defesa tentar impugnar a fita.
"A defesa deve alegar que no caso do PM Otávio Gambra, o Rambo, ele atirou contra o carro onde estava o conferente Mário José Josino sem a intenção de matá-lo. Se o soldado tivesse essa intenção, ele teria executado Josino antes de o conferente entrar no carro", disse o coordenador da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Jairo Fonseca.
Já o advogado Luiz Antonio Sampaio Gouveia diz que os advogados dos PMs podem tentar impugnar a fita. "Valendo-se de serviços de um assistente pericial, a defesa pode apresentar um laudo contestando a fita exibida na TV."
"A fita não serve como prova. Estudamos a possibilidade de requisitar um perito para analisar a gravação. Se houver possibilidade de pedirmos a anulação da prova (fita), o faremos", disse o diretor jurídico da Associação de Cabos e Soldados da PM de São Paulo, Gilson Braga.
Para o coordenador do setor de combate ao crime organizado do Ministério Público de São Paulo, Mário Papaterra Limongi, a defesa não tem como "derrubar" a fita, "que é uma prova lícita, comprovada em laudo do Instituto de Criminalística".

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