São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Deputado federal do PT diz que vai processar cúpula do partido

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal José Augusto da Silva Ramos (PT-SP) vai processar, por difamação, calúnia e injúria, integrantes das executivas nacional e estadual do PT.
Ramos, que pode ser expulso do partido, é acusado de ter contratado o PM Otávio Gambra, o Rambo, para atuar como segurança de um evento petista em Diadema em 15 de dezembro de 95. Rambo está preso -junto com outros nove PMs-, acusado de matar o conferente Mário José Josino.
Ontem à tarde, a cúpula do PT exibiu uma fita de vídeo que mostra Rambo e um outro PM, identificado apenas por Brito, fazendo a segurança do diretório municipal de Diadema. Na época, Ramos era presidente do diretório.
O PT suspendeu a filiação de Ramos ao partido por 30 dias. Foi instalada uma comissão para apurar o caso. Os petistas querem saber, principalmente, em que termos se deu a contratação dos seguranças.
"Estão tentando me associar a um ato que repudio. Fui vítima de mesquinharia. Fui julgado à revelia, pois me suspenderam sumariamente do PT", disse Ramos.
O deputado afirmou que não vai sair do partido. "Só se me expulsarem." Ramos afirmou ainda que quer uma retratação. "O partido me execrou e não me deu direito de defesa. Como podem suspender alguém só porque contratou um segurança dois anos atrás?" Ele disse ainda que não conhecia Rambo e nem sabia que ele era PM.
"Ele está no direito dele. Só acho que, antes, ele deveria procurar as instâncias partidárias. O PT divulgou a fita para revelar sua transparência, e não para prejudicar a imagem do José Augusto", afirmou Vera Gomes, secretária nacional de comunicação do PT.

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