São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Tarifas pressionam inflação já neste mês SÉRGIO LÍRIO SÉRGIO LÍRIO; CLAUDIA GONÇALVES
Os aumentos nas tarifas de energia elétrica e telefone terão um impacto de 1,04 ponto percentual no IPC (Índice de Preço ao Consumidor) dos meses de abril a julho, estima a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Em julho, o impacto deve ser de 0,26 ponto percentual, calcula. A maior pressão sobre o IPC irá acontecer em junho porque o reajuste da assinatura telefônica residencial -que será de 270%, em média- só começa a vigorar a partir de 19 de maio. Por conta desse reajuste, o impacto atingirá as duas últimas semanas de maio, se concentrará em junho e ainda terá efeito sobre o índice de julho. Segundo Carmo, uma possível alta da tarifa de água entre junho e julho estenderia os efeitos dos reajustes de taxas públicas sobre a inflação até agosto. "Como cada pessoa paga a conta numa data diferente e há uma defasagem entre a medição e o pagamento, os reajustes ficam diluídos e podem até afetar a taxa de inflação de agosto", explica. Os consumidores, porém, já irão sentir os efeitos ainda neste mês. A Fipe calcula que os reajustes responderão por 0,05 ponto percentual do IPC de abril. Na avaliação do coordenador, os reajustes atuais não devem afetar a taxa de inflação prevista pela Fipe para 97, que gira em torno dos 6%. Para Carmo, um ponto positivo dos atuais reajustes é que as tarifas de energia elétrica e telefone (que são controladas pelo Governo) não devem sofrer aumentos no ano que vem. Mas o coordenador da Fipe alerta para outra possível pressão inflacionária nos próximos meses: os aumentos das tarifas dos transportes públicos e de água, que ocorrem tradicionalmente em junho. Ao contrário de Carmo, a supervisora do ICV (Índice do Custo de Vida do Dieese), Cornélia Nogueira Porto, espera que os reajustes gerem uma forte pressão inflacionária ainda este mês. Segundo ela, os aumentos pressionarão o ICV de abril em 0,5 ponto percentual. Apesar de a energia elétrica ter um peso maior do que o telefone nos gastos, os dois aumentos contribuirão de forma semelhante para pressionar a taxa deste mês. Isso porque o telefone subiu muito mais do que a luz. Em maio, o impacto dos reajustes deve ficar em 0,36 ponto percentual. Texto Anterior: Exército espera ordem para desocupar navio Próximo Texto: Fiesp critica alta de energia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |