São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997 |
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"Desemprego influencia"
MARTA AVANCINI
Assim, o resgate das personagens e, mais do que isso, das pessoas -que Le Roux acredita estar ocorrendo no cinema francês- é uma das maneiras de expressão do descontentamento para o cineasta. "Há um motivo para as manifestações e passeatas estarem ocorrendo com tanta intensidade", disse Le Roux ao se referir ao que ele chama de volta às ruas. "Na época do governo de Mitterrand, a França estava meio adormecida, mas agora as pessoas estão voltando a protestar", disse. Le Roux cita como exemplo a passeata que levou 100 mil pessoas às ruas de Paris no final de fevereiro em protesto contra a Lei Debré. O movimento, coordenado por um grupo cineastas, teve Bertrand Tavernier como líder. Reivindicava a revisão de um item da lei que previa que todo cidadão francês deveria comunicar a polícia quando um imigrante hospedado por ele deixasse o país. A lei foi aprovada pela Assembléia Nacional e pelo Senado há duas semanas sem o item. A greve dos funcionários da Renault, em Vilvorde (Bélgica), por causa da decisão da empresa de fechar a unidade é outro exemplo da insatisfação que reina na Europa, para Le Roux. O anúncio resultou em uma passeata que reuniu 70 mil trabalhadores e sindicalistas belgas, franceses e alemães no dia 16 de março. O protesto ficou conhecido como a primeira passeata européia, uma referência ao processo de unificação pretendida pelos países da União Européia. "É como se estivéssemos recuperando um espírito do anos 60 e nos adaptando a uma nova realidade que, às vezes, é mais dura que a daquela época", disse. (MA) Texto Anterior: Documentário francês lança o "thriller social" Próximo Texto: Anos 90 vêem revalorização Índice |
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