São Paulo, quarta-feira, 9 de abril de 1997
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Década de 20 foi marcante

DA SUCURSAL DO RIO

A década de 20 foi a mais importante do século em termos de renovação artística e cultural, na avaliação do pintor Cícero Dias.
"Houve um rompimento com tótens e princípios conservadores de uma maneira que ainda não foi repetida", diz o pintor, que afirma ter tido "a felicidade de participar, ainda iniciante, desse preciosíssimo período".
O interessante, para Dias, é descobrir como essa movimentação -que poderia ter ficado restrita à Europa- chegou ao Brasil.
"Agora é fácil, tem a Internet, a TV, o mundo diminuiu. Mas até hoje não sei como os participantes da Semana de Arte Moderna de 22 conheciam o que estava acontecendo na vanguarda européia", afirma. A "diminuição" do mundo, na avaliação do pintor, fez com que a arte se tornasse a cada dia mais parecida.
"As bienais são todas iguais. Há uma uniformidade na produção artística aqui, na França, no Japão. Não sei até que ponto essa vida acelerada e essa quantidade de informações favorece o homem. Assim como vem rápido, vai rápido", diz Cícero Dias.
Nas bienais que costuma frequentar, Dias afirma que só existem "novidades antigas".
"As obras mais modernas ainda estão influenciadas pelos trabalhos de Marcel Duchamp. Desde então não há nada novo", afirma.
Aos 90 anos, Dias mantém uma rotina de produção. "Trabalho toda noite até às 3h. Pinto, leio, estudo e agora estou escrevendo minha biografia. Ainda falta muita coisa. Comecei agora a contar os anos 50", diz.

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