São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Comissão gasta R$ 52,6 mil em 80 dias LUCIO VAZ RAQUEL ULHÔA RAQUEL ULHÔA
Não tinham consistência as críticas do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), aos gastos da CPI dos Precatórios. A comissão gastou apenas R$ 52.659. Em 80 dias de funcionamento, a média de gastos é de R$ 658,23 por dia. A CPI foi criada em 26 de novembro de 96, com prazo de 90 dias para ser concluída. Não contam nesse período recessos e as sessões da convocação extraordinária do Congresso. Por isso, considera-se que a CPI tem 80 dias de funcionamento -seu prazo original acaba no próximo dia 22. A maior parte do dinheiro, R$ 31.703, foi gasto com o pagamento de horas extras a funcionários do Senado. Alguns chegaram a trabalhar 14 horas por dia. Outros R$ 11.007 foram gastos com diárias para senadores e funcionários em viagens pelo país. Gastou-se mais R$ 9.702 com passagens aéreas e R$ 259 com hotéis. Os dados foram levantados pela diretoria geral do Senado e entregues à presidência da CPI. Não foram computadas as despesas com os serviços do Prodasen (Centro de Processamento da Dados) e da gráfica do Senado. A CPI pediu, inicialmente, R$ 500 mil para custear suas despesas. A presidência do Senado aprovou R$ 200 mil, mas liberou apenas R$ 100 mil para as primeiras despesas. "Irracionais" Os gastos da CPI foram motivo de um atrito entre ACM e o relator da CPI, Roberto Requião (PMDB-PR), na quarta-feira desta semana. O presidente do Senado disse que controlaria com mais rigor os gastos da comissão. Afirmou que só pagaria as despesas previamente autorizadas por ele. Disse que o Senado não iria arcar com custos irracionais. "Tudo o que for racional será atendido. O que for irracional, não. O Senado não pode esbanjar dinheiro." Requião reagiu: "A CPI tem R$ 100 mil para despesas. E, se precisarmos, aprovamos mais. Quem decide não sou eu ou o presidente, é a CPI." No início da semana, ACM determinou à direção do Senado que só repasse recursos para atender pedidos apresentados formalmente pelo presidente da CPI, Bernardo Cabral (PFL-AM), e após a sua autorização. Alguns senadores primeiro faziam a despesa, para depois apresentar a conta ao Senado. Requião, por exemplo, teria trazido testemunhas do Paraná, para depor sobre o caso do Banestado, sem que as despesas estivessem autorizadas pela CPI. O relator afirmou que acabou sendo atendido nesse caso: "Disseram que não pagariam passagens e hospedagem para as testemunhas do Paraná. Elas não vieram? Vieram. E tiveram todas as despesas pagas". Texto Anterior: Para adversários, verba foi desviada para fins políticos Próximo Texto: Maluf defende prefeito e ataca Covas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |