São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
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Religiosos ajudaram na fuga dos dirigentes dos sem-terra Dois líderes do MST receberam comida e dinheiro EDMILSON ZANETTI
Eles os esconderam, deram comida e dinheiro para pegar ônibus. Cláudio Cano e Felinto Procópio, conhecido por Mineirinho, permaneceram juntos, nos mesmos esconderijos, durante 33 dias. Chegaram a se distanciar do Pontal 1.400 quilômetros. Foram para um sítio, cujo Estado não revelam. Nos últimos dez dias, Mineirinho foi para o Rio, e Cano, para o Paraná, onde permaneceram até anteontem, até serem beneficiados por uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de revogar a prisão preventiva. Na noite em que souberam da prisão, 24 de fevereiro, se esconderam em um assentamento do Pontal. Os líderes, que foram procurados por mais de 200 PMs, fugiram a pé, de madrugada. "Passamos por mata, nadamos em rio, fugimos de cachorro", diz Cano, que foi recebido com festa no acampamento Taquaruçu, em Sandovalina (640 km a oeste de SP). Ambos não tinham informações sobre os outros dois foragidos, José Rainha Jr. e Laercio Barbosa. Eles recebiam notícias por telefone, por meio de pessoas que os hospedavam. Passavam o tempo lendo jornais e livros. Como estratégia, ficavam oito dias em cada esconderijo. No dia 11 de março, Cano se arriscou e telefonou para a filha Juliana, que fazia 12 anos naquele dia. No ano anterior, na mesma data, o pai estava preso. "Foi um presente de aniversário", diz. Texto Anterior: Reforma agrária: compromisso de todos Próximo Texto: Uma boa briga: Performance Bond x Joel Rennó; Sem linha; Na moleira; Claudio Salm; Falta de respeito; Linha cruzada Índice |
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