São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Devíamos usar um cartaz

ESPECIAL PARA A FOLHA

Tem-se dito pela cidade que todos deveriam andar com o cartaz "Sorria, você está sendo filmado". Os últimos acontecimentos provam que é uma maneira de garantir o respeito à cidadania. Numa blitz truculenta, numa transação fraudulenta, numa fechada no trânsito, mostre o cartaz.
"Quando vejo esse cartaz em lojas, acho o máximo da hipocrisia. É uma declaração gentil de que estou sendo vigiado. Sou suspeito, mas querem que pense que sou uma estrela", diz Laymert Garcia dos Santos, professor da Unicamp.
Para Santos, o excesso de câmeras "é para ser temido". Para o escritor Nelson Brissac, o que mais chama a atenção é a mudança de escala.
"Essas câmeras implicam lidarmos com o menor e o maior. Temos familiaridade com o cosmos e com o que está ao lado e você não podia ver", afirma Brissac.
"A percepção do homem mudou. É fascinante ver as imagens escapando do controle do cinegrafista oficial."
Marcelo Tas, videomaker e roteirista de televisão, lembra que, há pouco mais de dez anos, uma câmera portátil custava em torno de US$ 5.000. Segundo ele, as câmeras de hoje são muito mais baratas.
"A grande novidade de Diadema é a maneira como o vídeo foi usado. Já tínhamos visto tragédias, mas uma iniciativa individual conseguiu falar com o Brasil inteiro", diz.

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