São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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DEPOIMENTO

"Quando conheci o João na casa dessa minha amiga, em uma festa, ele me impressionou à primeira vista. Gostei da forma como ele se relacionava com o irmão. Os dois se tocavam, se beijavam, vou ser sincera: ambos me atraíram.
O João é um homem muito singular. Ele chora facilmente e isso realmente me comove.
Fazemos um contraste forte, porque ele é muito branquinho e lânguido, e eu sou alta, mulata, forte, tipo mulherão.
Acho que uma mulher bem-resolvida não teme homens emotivos. Essa história de ficar com brucutu é coisa para gente malresolvida.
Tem mulher que acredita nas promessas viris desses caras, mas eu sou a favor do carinho. Sexo para mim não é pancadaria -ou, se for, que tenha uma base de sensibilidade (o João costuma dizer que é um assassino educado, porque muitas vezes ele coloca a emoção a serviço da agressividade).
Não tenho nada contra gays, mas, para namorar, prefiro homens que gostam de mulheres. Muita gente vem me dizer que o João é gay, mas ele é apenas um homem assumido."

Gabriela Previdello, 22, é atriz, escritora, letrista e promoter.

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