São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997 |
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Mailson defende diversificação "Exportador enfrenta custos sistêmicos" ARTHUR PEREIRA FILHO
A clientela também é variada. Nenhum país fica com mais de 1/5 das exportações brasileiras. Os EUA respondem por 20% das compras. Entre os grandes blocos econômicos, o maior cliente é a União Européia, com 26,9%. "O grau de diversificação é mais importante para o país do que um eventual desequilíbrio da participação de produtos básicos e manufaturados na pauta de exportações", diz Mailson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda (governo José Sarney). Segundo Mailson, a situação do Brasil é bem melhor que a do México, que exporta 75% de sua produção para os EUA. O ex-ministro lembra que, na década de 50, a situação era bem diferente: o país era dependente do café, que representava 2/5 das exportações. Mailson reconhece que há "perda de dinamismo" das exportações brasileiras de manufaturados. "É o resultado de um longo período de fechamento da economia, que deixou graves sequelas na infra-estrutura do país." A abertura econômica do início dos anos 90 era inevitável, afirma o ex-ministro. "O problema é que ela não foi acompanhada de reformas que permitissem à indústria ganhos de eficiência." Tributação estúpida Segundo Mailson, o setor exportador brasileiro enfrenta "custos sistêmicos" que não existem para o concorrente internacional: "custos burocráticos, uma tributação estúpida e uma das taxas de juro mais altas do mundo". Ele reconhece que o processo de reformas é lento e que o governo, nesse período de transição, "vai ficar na política de stop and go". A avaliação de que o país perde terreno na exportação de manufaturados é correta, afirma. "Mas não pode levar ao extremo de menosprezar o potencial agrícola do país." Para Mailson, o aumento da participação dos produtos agrícolas na pauta de exportações "não é necessariamente ruim, desde que não seja uma tendência para o longo prazo". Cita a Austrália, um país rico e grande exportador de produtos agrícolas. "Mesmo após as reformas estruturais, o Brasil está destinado a ampliar as exportações agrícolas", diz. Texto Anterior: Incentivos não têm efeito imediato Próximo Texto: Fim de oferta pública de ação cria polêmica Índice |
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