São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Indy tem 144% mais acidentes que rival

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Indy tem 144% mais acidentes que F-1
Os pilotos que largam hoje no GP de Long Beach, terceira etapa da Indy na temporada, irão de manhã para o circuito com uma certeza no inconsciente: seus carros sofrerão toques durante a prova.
A competitividade da categoria, que faz os pilotos andarem mais próximos, aliada a uma tolerância maior às batidas, são apontadas como responsáveis pelo elevado número de acidentes na Indy.
Levantamento feito pela Folha mostra que, no ano passado, a Indy registrou 144% mais acidentes que a F-1, apesar de as duas categorias terem tido o mesmo número de provas -16.
Em 97, mesmo vivendo início de temporada, as categorias já mostram a diferença na contabilidade dos acidentes: 5 a 2 para a Indy.
No levantamento, foram considerados os acidentes que comprometeram a segurança do piloto ou sua participação nos GPs. Saídas da pista ou incêndio no motor, por exemplo, não foram computados.
'Folgados'
Para Mauricio Gugelmin e Raul Boesel, pilotos da Indy com experiência na F-1, a diferença nas estruturas dos carros explicam, em parte, o número de acidentes.
"Os carros aqui são mais robustos e aceitam os toques", disse Gugelmin. "Isso deixa os pilotos muito folgados, achando que podem sair encostando nos outros."
Segundo o piloto da PacWest, o carro de F-1 é muito mais sensível a incidentes durante uma prova. "A F-1 aceita menos abusos", disse. "Os carros pesam cerca de 500 kg, 200 a menos que na Indy."
Gugelmin conta que, às vezes, os acidentes chegam a ser "úteis".
"Na Austrália, o Paul Tracy bateu no Parker Johnstone e a suspensão dianteira direita do seu carro entortou", disse. "O carro ficou com mais convergência na frente e o Tracy me disse que o desempenho melhorou."
Gugelmin afirmou que a PacWest está estudando o caso.
Boesel disse que os carros de Indy continuam menos sensíveis a batidas, mas estão evoluindo.
"Quando entrei na Indy, os carros pareciam tanques de guerra", afirmou. "'Com o tempo, principalmente com a influência da tecnologia inglesa nos chassis, os carros foram melhorando."
O piloto diz que as maiores diferenças entre os carros estão na espessura do chassi e na estrutura da suspensão. "Os níveis de resistência na Indy são maiores", afirmou.
Boesel também credita aos tipos de pista o elevado número de acidentes. "Quase 100% das provas em ovais têm algum acidente."

NA TV - SBT, ao vivo, às 17h

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