São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Polícia acha explosivos em Sarajevo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O papa João Paulo 2º chegou ontem às 12h15 (hora de Brasília) a Sarajevo poucas horas depois de a polícia ter encontrado minas antitanque sob uma ponte, a qual faria parte do trajeto do papa pela cidade.
Segundo a agência de notícias "Reuter", 23 minas teriam sido removidas na avenida principal Mesa Selimovic.
Um policial, que preferiu não se identificar, disse que provavelmente os explosivos foram colocados durante a noite.
A polícia decidiu isolar a área próxima à rede de televisão estatal bósnia, perto da ponte, enquanto as minas eram desativadas no início da tarde.
Foi aberta investigação para apurar se os explosivos poderiam ser operados por controle remoto.
Passagem sobre a ponte
Um porta-voz da ONU informou que as minas estavam conectadas a um detonador e a um aparelho de controle remoto.
"Parece que um trabalhador viu alguém na área próxima à ponte esta manhã (ontem) e avisou a polícia", disse Alex Ivanko.
Segundo ele, membros da polícia bósnia e da força-tarefa internacional encontraram 23 minas conectadas ao detonador com explosivos plásticos adicionais e um aparelho de controle remoto.
A ex-república da Iugoslávia enfrentou guerra, envolvendo muçulmanos, sérvios ortodoxos e croatas católicos, a partir de 1992.
O conflito terminou em 95, após a assinatura do acordo de Dayton (EUA). Sarajevo passou a ser governada pela federação croata-muçulmana, que divide a Bósnia com a autoridade sérvia.
Beijo Vestindo um traje branco, João Paulo 2º beijou uma amostra de solo bósnio que havia sido entregue a ele por dois jovens vestidos com roupas tradicionais.
Receberam o papa o presidente bósnio Alija Izetbegovic e o membro croata da presidência Kresimir Zubak.
"Desejo do fundo do meu coração que possam instaurar o processo de paz. Façamos o possível para que a guerra não aconteça nunca mais e que o ódio desapareça", disse o papa depois de escutar o discurso feito pelo presidente Izetbegovic.
João Paulo 2º foi ameaçado de morte em fevereiro passado quando anunciou sua viagem à capital bósnia. Em telefonema à sede da diocese de Sarajevo, um homem disse que o papa seria assassinado.
Uma viagem papal à cidade já havia sido desmarcada em 94 por motivos de segurança.
A previsão é de que a visita do papa ao país dure pouco mais de 24 horas.
O papa João Paulo 2º considera Sarajevo o símbolo dos anos 90. A cidade tem sido o centro de suas preocupações nos últimos cinco anos. Durante a visita, ele pretende levar mensagem de paz a seus habitantes.
Para hoje, está prevista a celebração de uma missa no estádio olímpico de Kosevo. A cadeira que será usada pelo papa durante a cerimônia foi encomendada pelo arcebispo de Sarajevo, cardeal Vinko Puljic, a um marceneiro muçulmano.

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