São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Entre beijos e cremes

"Ah, isso já é demais!" Foi assim que Ligia de Pauli, 22, especialista em operação de marketing da IBM, reagiu ao saber que o namorado, o médico Roberto Tulli, usa diariamente cremes e máscaras.
Apesar da surpresa, Ligia, que ficou viúva no ano passado, não se diz desapontada. "Também sou vaidosa ao extremo. Três vezes por semana vou ao cabeleireiro e faço bronzeamento artificial. Por que só a mulher tem de estar bonitinha? Acho que o homem também tem de se cuidar. Não é à toa que ele tem 53 anos e está muito charmoso", afirma.
A empresária Elenilda Costa e Silva França, 30, casada com o acupunturista Felinto França, 44, também apóia as vaidades do marido.
Em cinco anos de casamento, ele fez com que ela perdesse 30 kg, recheou seu armário com roupas importadas, a encheu de jóias, viagens e comprou dois celulares. "É bom viver com um homem vaidoso, a mulher se sente mais segura e amada. É como se transbordasse essa vaidade para ela", diz Elenilda.
Reclamações? São muito poucas. "Às vezes gostaria de usar roupas mais joviais e não tão clássicas como ele gosta, porque é difícil aguentar o calor de Recife, onde moro, usando tailleur."
E, se o marido não é vaidoso, para essas mulheres, a solução é incentivá-lo a ser. A jornalista Efigênia Menna Barreto diz que no início do relacionamento era mais vaidosa que o namorado Humberto Pinto Júnior. Partiu dela cobrar dele mais cuidados com a aparência. Hoje, um ano depois, o casal divide elogios e troca dicas de beleza.
"Não acredito em pessoas sem vaidade. É alguém que não está se gostando e parte para outro extremo. Um homem vaidoso é mais pleno, tem amor próprio. Quanto mais a estima está em alta, melhor para quem está do lado", diz Efigênia.
Há mulheres que não concordam. A empresária e modelo Susane Martins, 26, já experimentou a vaidade masculina e pode assegurar que prefere o lado mais desleixado do homem.
Antes de casar com o administrador de empresas Guilherme Buarque Goulart, 31, Susane namorou um homem que usava "creme para tudo". Com o marido atual acontece praticamente o inverso.
"Acho que o homem tem de consevar a masculinidade dele mas se cuidando. As mulheres pensam assim: homem muito delicado não vai ser bom na cama", afirma.

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