São Paulo, domingo, 13 de abril de 1997
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Preço de importado deve subir

DA REPORTAGEM LOCAL

Os importadores são unânimes em dizer que as regras para o setor irão causar aumento nos preços.
A Purchase Order, que importa máquinas e escapamentos, quer negociar com os fornecedores a divisão das compras em lotes de até US$ 10 mil, valor isento da obrigatoriedade de pagamento à vista.
Essa alteração, segundo Ednaldo Mendes Barbosa, sócio, deve acarretar aumento nos custos de frete.
"No caso dos escapamentos, por exemplo, que vendemos em menores quantidades, fatalmente teremos de jogar o aumento no preço final do produto."
Alfredo Canan, da São Paulo Express, que importa entre R$ 350 mil e R$ 400 mil ao mês, diz que as mudanças podem elevar os preços dos seus produtos entre 8% e 10%.
Custos
Ricardo Iberê Farias, 57, diretor da Leme, que presta assessoria aduaneira (uma espécie de serviços de despachante), afirma que os importadores terão aumento no custo financeiro dos produtos.
"Antes, em uma importação com prazo de pagamento de 180 dias, por exemplo, a empresa retirava o produto, vendia e, depois, pagava o fornecedor."
Farias diz que, como agora existe a exigência do recolhimento dos valores no Banco Central no recebimento da mercadoria, haverá um custo financeiro sobre o capital de giro das empresas.
Isso porque, além de não poder aplicar o resultado das vendas no mercado financeiro até o pagamento do fornecedor no exterior, muitas empresas com pouco capital terão de pedir empréstimos aos bancos.
Segundo Farias, o desembolso do dinheiro não é imediato, no ato da chegada do produto.
O valor da compra deve ser repassado ao Banco Central quando for feito o desembaraço aduaneiro (toda a burocracia exigida para o comércio exterior, como verificação de documentação e recolhimento de impostos).
Em caso de uso de transporte aéreo das mercadorias importadas, o recolhimento deverá ocorrer cerca de dez dias depois da chegada dos produtos.
Esse é o prazo para o desembaraço aduaneiro. Para os produtos que chegam ao Brasil por via marítima, esse prazo é de até 30 dias.
Farias afirma que o fornecedor não é prejudicado, já que recebe o dinheiro do Banco Central no prazo determinado para a liquidação da operação.

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