São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 1997
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Captação em organismo mundial volta a ser positiva

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de sete anos de déficits consecutivos, a captação de recursos pelo Brasil junto a organismos internacionais, tais como o Bird (Banco Mundial) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), voltou a ser positiva no ano passado.
Isso é o que revela a análise dos números oficiais do Banco Central sobre o balanço de pagamentos feita pela equipe técnica da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica).
A retomada dos desembolsos no ano passado é atribuída pela Sobeet aos esforços da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento para liberar empréstimos que estavam condicionados a uma contrapartida de recursos nacionais.
O ingresso líquido de recursos externos oriundos de organismos internacionais alcançou US$ 1,17 bilhão em 1996, sendo positivo pela primeira vez desde 1988.
O estudo afirma que as exigências de contrapartida de recursos nacionais para os projetos financiados pelos organismos internacionais continuam a ser o principal obstáculo no aumento dos desembolsos.
A Sobeet diz que o ingresso líquido desses recursos poderá continuar positivo desde que os projetos de financiamento já examinados e aprovados, principalmente de Estados e municípios, avaliados em cerca de US$ 8 bilhões, contem com a disponibilidade de recursos de contrapartida exigidos pelo Bird e BID.
O estudo diz que o BID, em particular, deve aumentar seus desembolsos para o Brasil em cerca de US$ 2 bilhões este ano.

Clube de Paris Segundo a Sobeet, o estoque da dívida brasileira com os organismos multilaterais ficou em torno de US$ 11 bilhões no ano passado. Mais de 80% dessa dívida pertence ao setor público.
A Sobeet diz, no entanto, que parece ainda distante o momento em que a contribuição de agências governamentais, incluindo o Clube de Paris (grupo de países desenvolvidos credores do Brasil), deixe para trás os 11 anos consecutivos de contribuição negativa para o balanço de pagamentos.
Segundo a Sobeet, há uma expectativa de regularização dos fluxos brutos nos próximos anos. Mas isso talvez seja insuficiente para superar o volume de amortizações previstas.
O Brasil tem feito, fruto do acordo de renegociação da dívida externa, pesadas amortizações ao Clube de Paris. No ano passado, as amortizações foram de cerca de US$ 1 bilhão.
O estoque da dívida do Brasil com o Clube de Paris é estimado pela Sobeet em aproximadamente US$ 15 bilhões.
(ACS)

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