São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Sobrevivente do massacre critica FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um ano depois de ser baleado durante o massacre de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA), Antônio Alves de Oliveira, 36, chegou ontem à Esplanada dos Ministérios com "ódio" do governo.
"Sinto raiva, ódio da polícia e do governo. Todos foram responsáveis pelo massacre", disse Oliveira, integrante da marcha oeste dos sem-terra. Ele afirmou que continua acampado numa fazenda do complexo Macaxeira, no Pará.
Oliveira tem três cicatrizes de bala em uma das pernas. Ele afirmou que a marcha fez suas dores na perna aumentarem. "Tiro de metralhadora é doído. No meio de um tiroteio daqueles, estar vivo é um milagre. Os policiais atiravam como se estivessem num pombal", disse o sem-terra do Pará.
"Não deu tempo nem de ter medo, nem de pensar se eu iria morrer", completou. Ele contou que, depois de baleado, se escondeu no mato e esperou a situação se acalmar. "Nossa luta era pacífica, não esperávamos aquilo."
Oliveira disse que não perdeu familiares: "Não perdi parente de sangue, mas perdi mais do que irmãos, companheiros de luta."

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