São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Deputados de esquerda apóiam as invasões

DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Políticos de esquerda que acompanhavam ontem a marcha do MST se declararam favoráveis à posição dos sem-terra de não suspender as invasões de terra, ainda que o governo acelere os assentamentos.
Pesquisa Datafolha realizada anteontem com 602 pessoas que participaram da marcha até Brasília revelou que 75% deles acham que as invasões devem continuar.
"Eles sabem que a ocupação é um instrumento de pressão. O governo tem de encarar isso com naturalidade e aceitar negociar sem impor condições", disse o deputado José Genoino (PT-SP).
Para Miro Teixeira (PDT-RJ), as negociações não podem ser suspensas por causa disso. "Só a pressão das ocupações é que produziu o reconhecimento do problema, por isso devem continuar."
O presidente nacional do PT, José Dirceu, concorda. "As ocupações são um instrumento de pressão pacífico, não podem parar."
Porta-voz
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso não viu novidade na pesquisa.
"Se se vai perguntar ao MST sobre invasões, certamente vai encontrar um percentual alto dos que apóiam esse procedimento. Portanto, não é uma novidade."
Amaral afirmou que o anúncio de novas medidas para a reforma agrária não tem relação com a marcha dos sem-terra.
"O governo está fazendo porque prometeu durante a campanha eleitoral e tem consciência que essa é uma prioridade nacional -nem tanto econômica, mas social", disse Sergio Amaral.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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