São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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FILA NO BANCO

Dados os aumentos que se seguiram à desregulamentação de tarifas, seria de esperar que os serviços bancários melhorassem. Não é essa a impressão deixada pelo atendimento a que são submetidos os que precisam de uma agência de banco.
Em contraste com o progresso na informatização e na prestação de serviços por telefone, correio ou Internet, o correntista continua sujeito a filas desgastantes quando tem de fazer pessoalmente uma operação. É lamentável que os bancos tenham decidido reduzir o horário de atendimento nas duas principais e mais movimentadas praças do país, São Paulo e Rio de Janeiro.
Desde julho último, o Banco Central determinou que as agências devem estar abertas por no mínimo cinco horas diárias (e necessariamente entre 12h e 15h). Obedecidas tais condições, cada banco pode atender o público pelo período que julgar conveniente. Foram portanto as próprias instituições financeiras que decidiram estreitar o horário de acesso do cliente às agências.
Ao liberalizar a cobrança de tarifas, o governo argumentou que, como em qualquer mercado, os preços seriam regulados pela concorrência. No que se refere ao horário, porém, a uniformização mantida pelos bancos não dá escolha ao consumidor.
Ademais, a escassa divulgação das tarifas mantém grande parte dos correntistas na ignorância dos custos de cada serviço. Tais valores são debitados diretamente em conta por decisão unilateral do banco. É animadora, nesse sentido, a decisão do Tribunal de Alçada de Minas Gerais que vinculou a cobrança de tarifas à prévia assinatura de um contrato entre o banco e o cliente, no qual constem os valores e critérios de reajuste.
Em sociedades modernas, rareiam os que prescindem dos bancos. E a relação custo-benefício desses serviços no Brasil é insatisfatória.

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