São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 1997
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Começo do fim

LUIZ CAVERSAN

Rio de Janeiro - PMs de Diadema, PMs da Cidade de Deus, PMs de Vigário Geral, PMs bandidos.
Pelo menos uma coisa positiva pode ser tirada dessa overdose de violência envolvendo a polícia militarizada, de coturno, divisas e fidelidade cega a princípios muitas vezes também cegos: ninguém de bom senso ainda acredita que deva haver uma polícia militar.
É um começo, sem dúvida. O começo do fim de uma excrescência, de uma herança do getulismo que recrudesceu nos 20 anos de militarismo do regime dos generais e que tem de acabar.
Já que é inevitável uma polícia, que seja humanizada, investigadora, preventiva. Que efetivamente combata o crime e efetivamente proteja o cidadão.
*
Procura-se o motorista de um automóvel Kadett que na sexta-feira passada atropelou uma mulher no bairro do Recreio dos Bandeirantes, Rio.
Espera-se que tal motorista apareça para desfazer um mal-entendido, já que pessoa inocente poderá ser responsabilizada por um ato que não cometeu.
Quem está sendo acusada, por parentes da vítima, é a atriz Eliane Giardini, que simplesmente parou no local do acidente para ajudar.
Ajudou e foi para casa, uma vez que o motorista do Kadett também tinha parado e estava ali, liderando o socorro à atropelada.
Não se sabe por qual motivo -desinformação ou engano-, os familiares da mulher atingida pelo carro estão apontando a atriz -que se deteve por um ato de solidariedade- como a vilã da história.
Assim, só a palavra do verdadeiro responsável -que prestou socorro e não tem nada a temer- poderá desfazer o engano. Que por envolver pessoa pública e conhecida por causa da TV obteve repercussão inesperada.

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