São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997
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Travesti se converte e é pastor

NS
DA REPORTAGEM LOCAL

O pastor Pedro de Paulo Santana, 31, da igreja Maravilha de Jesus, ao lado da praça da Sé, em São Paulo, já foi conhecido como Sandra Le Baron, travesti que trabalhava na Cidade Universitária e rua Augusta.
Ele estava na calçada, à espera de cliente, quando "uma senhora evangélica falou de Jesus". Ele descreve: "Eu, num submundo de solidão, perguntei: 'A senhora tem certeza de que Jesus pode me mudar?' Ela me convidou a ir à igreja. Da forma que eu era, eu fui."
Sandra Le Baron tinha seios e não tinha pêlos no corpo. "Eu sabia que aquela vida homossexual não tinha retorno. Senti o poder de Jesus e comecei a frequentar a igreja. Recebi a libertação." Em pouco tempo casaria com a presidente da mocidade da igreja, Antônia, com quem teve três filhos.
A "conversão" é típica do processo por que passam os homossexuais, nas igrejas evangélicas pentecostais. Ele descreve: "Dois ou três anos depois que se iniciou isso em minha vida, eu fui a um centro espírita, procurando paz. Foi lá, girando no centro, que manifestou no meu corpo a pomba-gira. Então, é um espírito maligno. O homossexualismo não é uma doença. É uma atuação demoníaca."
Santana aceitou dar a entrevista porque quer "mostrar para o mundo inteiro o milagre de Jesus". Em meados de 96, a sua participação em um programa evangélico levou à "conversão" de outro homossexual, o que ele busca agora tornar regular.

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