São Paulo, domingo, 20 de abril de 1997 |
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Dunga é estigmatizado pelo seu diferencial
ALBERTO HELENA JR.
Não fosse por nenhum título conquistado, qual o problema de Zagallo chamar Dunga, a não ser, talvez, pela idade do jogador - 33 anos? Digo talvez porque o limite de idade para um jogador é muito elástico, além de peculiar. Se estiver em forma, resistindo correr os 90 minutos, nada a declarar. Quanto à questão técnica, Dunga é um dos milhares de cabeças-de-área que pululam por esses brasis e estranjas afora, perfeitamente capazes de cumprir essa automatizada função de proteger a linha de zaga. A diferença é que Dunga, desde que se revelou no Inter, sempre foi destaque em todas as equipes por onde passou, aqui e no exterior. Não só porque é raçudo, disciplinado taticamente, mas também porque possui uma técnica adequada no papel que encena no gramado. Além do mais, chuta forte. Mas nada disso bastaria para diferenciá-lo tanto de seus pares. A diferença está no poder de liderança que exerce sobre os companheiros e até mesmo sobre técnicos da seleção, como Carlos Alberto Parreira. Resumindo: Dunga foi estigmatizado exatamente pelo seu diferencial. Por exemplo: abominei o estilo de jogo que nos deu a Copa de 94. Mas foi esse estilo que nos garantiu a conquista, embora pudéssemos ter chegado lá com brilho também. Mas isso ficou sendo apenas uma hipótese. O fato é que ganhamos jogando à maneira de Dunga. * Quanto a Carlos Germano e Edmundo, o papo é outro: não se duvida nem da capacidade atlética nem técnica de ambos. Apenas surpreende a dupla convocação nesta altura do campeonato. Pois, se futebol é momento, como ensina Rubens Minelli, decididamente este não é o momento nem de Carlos Germano -em má fase no Vasco- nem de Edmundo -suspenso no ar por várias penas do tribunal. Ainda mais se comparados a Velloso e Viola, que cumprem performance brilhante. "Enfim...", como diria Platini, após o pênalti disperdiçado. * A desastrada comédia de erros em que se transformou a frustrada negociação do passe de Túlio com o Cruzeiro é a prova cabal de que falta um comando unificado entre Excel e Corinthians. Enquanto isso não for devidamente equacionado, mais confusões se armam no horizonte, pode crer. * Sai Muricy, entra Dario Pereyra, e as mesmas dúvidas seguem empurrando o tricolor em círculos: Cláudio entra no lugar de Alberto; Luís Carlos, novamente, volta à meia-direita. Aposto uma maria-mole que Alberto entra no segundo tempo, assim como Adriano ou França, e tal e cousa e lousa e maripousa. Texto Anterior: Glossário Próximo Texto: Marcha Índice |
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