São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Fornecimento normal depende de chuvas

WILSON SILVEIRA
COORDENADOR DE EDIÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O racionamento de energia será inevitável no Sul e Sudeste, se houver uma estiagem prolongada.
Desde o ano passado, o consumo de energia está no limite da oferta, conforme apurou a Folha. A situação só não é pior porque tem chovido muito desde o ano passado.
Até o ano 2000, o Brasil vai conviver com a possibilidade de blecautes, embora esteja prevista a entrada em operação de 50 novas hidrelétricas, além da importação de energia elétrica da Argentina.
O racionamento, se for adotado, será uma forma de evitar o colapso do sistema, já que, a curto prazo, pouco se pode fazer.
Uma hidrelétrica de grande porte leva pelo menos cinco anos para ser construída. Uma usina de pequeno porte, pelo menos três anos.
Há casos, como o da usina Porto Primavera, no Pontal do Paranapanema (extremo oeste de SP), que está em construção há 16 anos.
Há duas alternativas mais rápidas: a importação e a construção de usinas térmicas. Ambas estão sendo adotadas, mas o prazo para a energia estar disponível é de no mínimo um ano.
No caso das usinas térmicas, os produtores independentes de energia elétrica fazem lobby no Congresso para permitir o livre acesso de empresas privadas a gasodutos -o gás natural é uma das matérias-primas dessas usinas.
A questão dos gasodutos faz parte da lei que regulamenta a quebra do monopólio da Petrobrás.
Existe hoje 15% de risco de o consumo de energia ser superior à demanda. A margem de segurança ideal está na faixa de 5%.

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