São Paulo, sábado, 26 de abril de 1997
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Mãe de Cerpa reclama do funeral

MARTA AVANCINI
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS*

Os parentes do chefe da ação do MRTA, Néstor Cerpa Cartolini, que moram na França dizem que os militares peruanos sepultaram o corpo dele de forma quase clandestina, em um cemitério na zona sul de Lima.
Segundo informação de Felicita Cartolini, mãe do guerrilheiro, Rosa, tia de Néstor Cerpa, estava presente no enterro. O governo disse que a tia assinou documento recebendo o corpo do líder do sequestro, mas a mãe dele afirmou que a família não o recebeu de fato.
Miguel Cartolini, tio de Néstor e irmão de Felicita, disse à Folha que a família chegou a pensar na possibilidade de o governo peruano não permitir o acesso ao corpo de Néstor, por causa das circunstâncias em que ele morreu.
"Nesse caso, pedimos para que ele fosse cremado e que as cinzas fossem entregues a nós", disse.
Segundo Cartolini, Felicita passou parte do dia de ontem aguardando a notícia da liberação do corpo do filho.
"Ela tem quase 70 anos e está muito abalada. Ela passa o dia na cama, mas mesmo assim estaria disposta a viajar para ir ao enterro", disse.
A mãe do guerrilheiro vive há oito anos em Nantes (oeste da França), como refugiada política.
Os dois filhos do guerrilheiro, Néstor, 10, e Juan Carlos, 3, moram com ela. Eles se mudaram para a França há um ano, depois que a mãe deles, Nancy Gilvonio, foi presa no Peru.

Colaborou Marta Avancini, de Paris

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