São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997 |
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Caso Cabezas desafia a polícia argentina
FERNANDO GODINHO
O crime é um dos mais comentados pela imprensa da Argentina. As investigações da polícia levantam várias suspeitas: tráfico de drogas, prostituição e envolvimento de políticos e policiais. Mas não há nada concreto até agora. Cabezas trabalhava na revista "Notícias" e investigava o narcotráfico na costa norte argentina. Após uma festa no balneário de Pinamar (a 350 km de Buenos Aires), ele foi sequestrado e morto. Seu corpo e seu carro foram encontrados carbonizados. A arma do crime não foi encontrada, dificultando ainda mais as investigações -que somam mais de 7.000 páginas. Um dos principais suspeitos, Jorge Cabezas, ex-policial, foi solto na quinta por falta de provas. Ele era acusado de ter planejado o crime e coordenado o grupo que sequestrou e matou o jornalista. Sua libertação pode comprometer as investigações já feitas. O maior trunfo da polícia até agora é a prisão de Gustavo González, que confessou ter participado do sequestro -e não do assassinato. González acusou o ex-policial Gustavo Prelezzo e o civil Horácio Anselmo Braga de serem os autores dos disparos que mataram o jornalista. Disse ainda que o crime foi encomendado por um político da região (ele não revelou o nome) e que Prelezzo contratou toda a equipe por US$ 50 mil. Já detido pela polícia, Prelezzo não confirmou a versão de González, embaralhando ainda mais as investigações. Braga continua foragido. A polícia investiu nas pistas dadas por González e descobriu que Prelezzo, após o crime, ligou do seu aparelho celular para o policial Aníbal Norberto Luna e o desejou feliz aniversário. Mas o chefe das investigações, o comissário Victor Fogelman, afirmou que Luna não será afastado das suas funções na polícia de Pinamar, pois não há nada que ligue o policial à morte do jornalista Jorge Luis Cabezas. Texto Anterior: Macau aposta em conexão com o Brasil Próximo Texto: Impasse prejudica presidenciável Índice |
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