São Paulo, domingo, 27 de abril de 1997
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Não abuse da voz

MIRNA FEITOZA

Professores e crianças são os principais atingidos por problemas vocais
Um jogo de futebol era suficiente para o estudante Márcio de Oliveira Santos Filho, 11, ficar completamente afônico. Há quatro anos, a professora de história da arte Maria Izabel Ribeiro, 40, começou a perder a voz no meio das aulas.
Os dois não representam casos isolados. Segundo a presidente da Sociedade Brasileira de Laringologia e Voz, Mara Behlau, 40, crianças e professores fazem parte do grupo mais atingido por problemas vocais. "Os professores precisam manter os alunos em silêncio em salas completamente sem acústica. Com as crianças, é o hábito de falar alto e gritar", justifica.
Os problemas mais frequentes na voz são os calos e as fendas nas pregas vocais (veja quadro), que provocam alterações como a rouquidão e podem até levar a perda total da voz, se não forem cuidados.
Os sintomas são cansaço e esforço para falar, seguidos de dor, ardor ou sensação de aperto na garganta. A pessoa também pode ter variações na voz durante o dia -fina e depois grossa, por exemplo (rouquidão por mais de quinze dias sem motivo aparente, pode se tratar de câncer na laringe).
Raramente a retirada dos calos e fendas necessitam de cirurgia: eles regridem quando o paciente reaprende a utilizar a voz por meio da fonoaudiologia. O tratamento consiste em seguir normas de higiene vocal e fazer exercícios com a voz que variam conforme o tipo e a gravidade do problema.
Agora um alerta às mulheres: segundo Mara, elas têm mais propensão a problemas na voz. Por terem as pregas vocais mais curtas e abertas, durante a produção da voz, as mulheres não fecham totalmente as pregas vocais. "Menos de 5% de pacientes adultos são homens", diz.

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