São Paulo, sexta-feira, 2 de maio de 1997
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Ideal guarda lembranças

ESPECIAL PARA A FOLHA

No tempo em que a avenida Casper Líbero era elegante, o restaurante Ideal era vistoso. Recebia políticos, empresários e autoridades de vários portes.
Hoje a avenida, no centro da cidade, guarda apenas pálidas lembranças deste tempo, mas a vista do largo Santa Efigênia, com seu mosteiro e seus prédios mais conservados, são um bom motivo ao menos para uma visita de fim-de-semana. Que pode intercalar-se com uma refeição no Ideal.
O restaurante abriu em 1950, e pertence há 31 anos aos sócios João Pereira, 65, e seu cunhado Antonio Penha Vieira, 58, ambos do Minho, Portugal.
Há 15 anos eles mudaram a fachada da casa, que se tornou mais guarnecida, mas por dentro o clima persiste o de tempos atrás, apenas mais envelhecido. As paredes são cobertas de madeira, um palco recebe músicos à noite, uma grelha trabalha as carnes com carvão. A cozinha parou no tempo, mas há coisas que ainda se pode comer satisfatoriamente desde que tomando algumas precauções.
Qualquer filé, por exemplo, tem que ser pedido malpassado (para que venha ao ponto). Será melhor com brócolis do que à cubana (com a parafernália de guarnições secas). Mas o churrasco é feito em grelha de carvão (a picanha vem com arroz, farofa e fritas). A feijoada tem carnes decentes (bem, quase todas) e um torresmo graúdo, sequinho. Nada que valha a viagem, mas estando por ali, vale uma parada.

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