São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997 |
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Médico propõe telefone antiabuso sexual
LÉO GERCHMANN
O serviço está recebendo uma média de 150 mil chamadas diárias nos nove países que a ele aderiram. A iniciativa surgiu na Itália, em 1987. Com o sucesso obtido, espalhou-se para Espanha, Portugal, França, Inglaterra, Alemanha, Canadá, Hungria e Eslovênia. Nos dez anos de existência, 4.000 casos de violência denunciados ao Telefone Azul foram parar na Justiça italiana. Há casos de violência sexual, física e psicológica. Cem pessoas estão presas na Itália depois de ser acusadas via Telefone Azul de abuso sexual. Pesquisa realizada há um mês e meio demonstrou que 94% das crianças italianas sabem o que é o Telefone Azul. A publicidade é feita nas escolas e pela TV. O nome Telefone Azul foi escolhido porque, segundo Caffo, o azul é tido como uma cor que transmite de paz na Itália. Nos outros países, há nomes diferente. Na Espanha, é Nosso Telefone. Em alguns países o sistema é encampado pelo Estado. Em outros, como a Itália, é privado. Os profissionais, psicólogos e pedagogos, revezam-se 24 horas por dia. "O contato dura entre 20 e 30 minutos", disse o psiquiatra. Depois da denúncia, o Telefone Azul procura a polícia ou um contato com a família da criança agredida. Frequentemente, a criança procura o mesmo atendente em uma nova ligação. "Cria-se uma relação de confiança", afirmou Caffo, que orientou o sistema a destacar algum profissional para acompanhar pessoalmente a criança em caso de ligações assíduas, para evitar uma "terapia telefônica". A maioria das ligações é de crianças que se dizem incompreendidas. Sete por cento acusam abusos sexuais e 6% citam maus-tratos. Segundo Caffo, recentemente o Parlamento europeu aprovou a criação do Telefone Azul em toda a Europa, com um número único. O jornalista Léo Gerchmann viajou a convite do Congresso Internacional de Saúde Mental. Texto Anterior: Lei obriga rótulos de produtos a informar que substâncias contêm Próximo Texto: Transtorno mental preocupa Índice |
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