São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Falam demais dos próprios filhos

DA REPORTAGEM LOCAL

O namoro com alguns homens não vai longe se a mulher é mãe e, especialmente, se não tem outro assunto além de filhos. Mesmo que o parceiro também seja pai.
"Sou pai, mas não passo o tempo todo contando como é bonitinho o jeito como meu filho fala papá", compara o empresário Rubens Monteiro, 39.
Monteiro tem um filho de 2 anos e diz que, nos seis primeiros meses depois do nascimento da criança, teve de dar um tempo.
"Não sei se acontece com toda mulher, mas a minha ficou insuportável", lembra.
"Vivia só para a maternidade e ainda queria que eu ficasse de assistente", diz. Monteiro diz que resistiu o quanto pode.
"Até dava uma força, mas, pela mãe dele, eu tinha de sentir exatamente o que ela sentiu no parto, sofrer o resguardo etc."
Ele diz que, além de tudo, ela demorou a deixar de ser só mãe. "A mulher perdeu da mãe por muito tempo", diz.
O estudante Fábio Bucarelli, 21, conseguiu ouvir as histórias da filha de uma ex-namorada durante cinco meses. Depois, acabou desistindo.
"A gente se conheceu em um bar, num domingo, e ela estava sozinha", afirmou. "Só fui saber que ela era mãe um tempo depois", disse ele.
Bucarelli conta que foi ela quem contou. "Dali em diante, passou a só falar da filha", lembra.
"Eu saía com as duas, ou, então, só com a mãe, mas aí era pior, porque tinha de ficar ouvindo o quanto ela estava preocupada", afirmou o estudante.
Fábio diz que até se afeiçoou à menina. "Ela era legal. O problema era a mãe", conta.

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