São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Mães são fetiche para 'meninões'

DA REPORTAGEM LOCAL

Preservar a mãe é algo sagrado para esses homens. A mãe deles, não a dos outros. Seu fetiche é justamente a maternidade alheia.
"Desde a adolescência eu sempre fui fascinado por mães", conta o engenheiro Jorge Luis Cunha, 34.
"Quando tinha trabalho em grupo, eu fazia tudo para a gente se reunir na casa de um cara que eu nem gostava muito, só por causa da mãe dele", lembra.
"Ela servia lanchinho, dava palpites no trabalho, falava com um tom irresistivelmente maternal: eu obedecia a tudo."
Cunha conta que, a cada novo trabalho em grupo, ele voltava abastecido de fantasias.
"Imaginava aquela mulher sensacional me colocando para dormir", lembra.
A fantasia de transar com a mãe de um amigo de adolescência virou realidade no caso do free-lancer Fernando Pereira, 40.
"Minha primeira transa foi com a mãe de um vizinho", conta. "Ela me seduziu à base de voltinhas de carro, sorvetes e presentes."
Pereira conta que ficou confuso. "Nunca mais consegui separar o sexo da maternidade", explica.
Nem da maternidade, nem dos presentes. Pereira namora há cinco anos com uma mulher 15 anos mais velha. "Ela me enche de agrados", conta.
"Não posso gostar de alguma coisa que ela vai lá e compra", diz. "Sou tratado como um meninão."
Ele diz que, hoje, não se importa se a mulher não é mãe de verdade. Até prefere. "Não quero mulheres com filhos. Basta a vocação para a maternidade", explica.

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