São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Carteira livre cresce 121,4% em 4 meses

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Os fundos que rendem juros são os que detêm o grosso do dinheiro aplicado hoje nesse mercado: em torno de R$ 118 bilhões. Só os FIFs de 60 dias têm R$ 104,1 bilhões.
Os patrimônios líquidos (PLs) dos fundos de 60 e 30 dias cresceram 30,2% e 41,6%, respectivamente, desde o final de 96.
No mesmo período, o PL dos fundos de carteira livre registrou salto de 121,4%, alcançando R$ 9,07 bilhões em 30 de abril.
É valor que já supera os R$ 7,19 bilhões dos fundos de curto prazo, em lenta extinção após a CPMF, mas também os R$ 6,91 bilhões dos FIFs de 30 dias.
Os fundos de ações tradicionais, embora com patrimônio bem mais acanhado, avançaram 69,5% e estão com PL de R$ 1,82 bilhão.
Só em abril, no balanço entre depósitos e saques feito pelo BC, os fundos carteira livre ganharam R$ 1,56 bilhão. É metade da captação líquida estupenda das cadernetas de poupança em janeiro.
Nos EUA, lembra Alexandre Zakia, diretor de investimentos do BFB, os fundos de renda variável respondem por 50% do total.
Entre os FIFs de 60 dias, há também os que não recheiam suas carteiras apenas com títulos de renda fixa, que rendem juros.
São fundos que operam nos mercados derivativos e embutem dose variável de risco.
É mais difícil medir a evolução desse subgrupo dos FIFs de 60 dias, mas os dados disponíveis da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento) mostram que o PL cresceu 39,9% neste ano e encostou nos R$ 11 bilhões.
Disputa de mercado
Foram os administradores de bancos e corretoras de menor porte, avalia Heitor Hortêncio Júnior, diretor da Síntese, que começaram a mostrar históricos de rentabilidade dos fundos à clientela, o que não acontecia com os grandes.
Só mais recentemente, afirma Hortêncio, as instituições com ampla rede de agências perceberam que estavam perdendo mercado e correram atrás.
O peso-pesado Bradesco, por exemplo, já operava seus fundos de ações e de carteira livre. Mas só em novembro de 96 lançou três novos FIFs de 60 dias, os Asset Manager, em parceria com a Salomon Brothers e Banco Patrimônio.
O patrimônio líquido desses três FIFs de renda fixa, mas com perfis conservador, moderado e dinâmico, já está em R$ 411 milhões.
Anúncios do Bradesco, Itaú, Real e outros bancos "de varejo" deixaram de destacar só a marca e partiram para a exposição dos números sobre a rentabilidade.
O objetivo é claro: atrair o investidor que, antes de decidir, compara.

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