São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997 |
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Luz no fim do túnel; Migração industrial; Com vítimas; Quem pode, pode; Entrando no debate; Medindo a concorrência; Freio perigoso; Grita internacional; Cenário pessimista; Crédito abundante; Oito ou 80; Na surdina; Santo de casa...; Barreira fiscal; Virando pesadelo; Era das corporações Luz no fim do túnel O secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros, diz que há um fato novo essencial: depois de patinar por algum tempo, "os setores já definiram sua rota de ajuste" a uma economia aberta e com inflação baixa. Migração industrial No setor de calçados, diz o secretário, o ajuste passou pela migração para o Nordeste da parte do setor que compete com os chineses -ficaram no Sul os que disputam mercados com os italianos. O setor já retomou as exportações. Com vítimas Segundo Lídia Goldenstein, assessora especial do BNDES, o governo tem construído e implementado uma política de investimento e competitividade, "cujo objetivo é acelerar o processo de reestruturação industrial e minimizar suas dores". Quem pode, pode O que está acontecendo com o setor de algodão é um exemplo do que significa "dores", diz Lídia. Para aumentar a produtividade vai se investir, com o apoio da indústria, na grande produção mecanizada. Logo, os pequenos produtores vão perder mercado. Entrando no debate Por orientação de Moreira Ferreira, toda a estrutura da Fiesp vai colher informações e discutir uma política de competitividade. Medindo a concorrência Horácio Lafer Piva, do Departamento de Pesquisa da Fiesp, prepara estudo sobre a competitividade do produto brasileiro em relação ao importado. "É o assunto do momento. Os empresários gostariam de ter índices confiáveis." Freio perigoso "O nível de atividade é nosso ativo. Concordar com sua redução (caminho apontado pelas últimas medidas do governo) não é cautela e, sim, um risco", diz Piva. Grita internacional Para Luiz Furlan, da Fiesp, o espaço para conter importações é limitado: "Os nossos parceiros podem reclamar na OMC". Cenário pessimista Caso as importações mantenham o ritmo de crescimento do primeiro trimestre, "as compras externas do ano totalizariam US$ 70 bilhões, resultando em déficit comercial de US$ 19 bilhões", diz o ING Barings. O banco acha, porém, a projeção pessimista. Crédito abundante O banco Excel Econômico lança amanhã, junto com o Sebrae, linha de crédito para capital de giro de micro e pequenas empresas. O montante disponível é monstruoso: R$ 500 milhões. Oito ou 80 Para Joaquim Elói Cirne de Toledo, da Nossa Caixa-Nosso Banco, no Brasil a Lua só tem duas fases: nova e cheia. "Oscilamos, sem escalas, do absoluto desespero para o mais absoluto otimismo." Na surdina Essa oscilação maluca, diz Cirne de Toledo, acaba até dando consistência à estratégia do governo de adotar medidas pontuais. "Quando se está na lua cheia, e é o caso atual, ninguém mais presta atenção a nada." Santo de casa... Há empresas do setor de máquinas que conseguem exportar, mas não conseguem vender exatamente o mesmo produto no Brasil, diz Sérgio Magalhães, da Abimaq/Sindimaq. Exemplos: a Bardella exporta prensas para os EUA e a Romi, tornos. Barreira fiscal A razão, segundo Magalhães: a exportação é feita sem impostos. No Brasil, já descontando o ICMS, a carga tributária chega a 20%. Virando pesadelo FHC nunca sonhou que seria mais fácil baixar a inflação do que aprovar as reformas no Congresso, diz o Morgan Stanley. O problema maior do presidente é que, para a instituição norte-americana, se as reformas não forem aprovadas, a inflação pode voltar a subir às vésperas da reeleição. Era das corporações Comentário de um analista: é preciso tirar o chapéu para Benjamin Steinbruch. Com 14% do capital total da CSN e 10,7% do da Vale do Rio Doce, ele, um hábil articulador, vai dar o tom do setor siderúrgico e de mineração. E-mail: painelsa@uol.com.br Texto Anterior: Impasse ainda cerca reunião da Alca Próximo Texto: Jogo feito Índice |
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