São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Separatismo volta à cena no Canadá

The Independent
de Londres

DAVID USBORNE
DO "THE INDEPENDENT", EM QUÉBEC

Há apenas três semanas das eleições gerais, o Canadá está abalado pelas revelações de que o Québec só não fez uma dramática declaração unilateral de independência há dois anos porque não confiou em um apoio imediato da França.
Em livro sobre o movimento separatista a ser lançado amanhã, o ex-premiê do Québec Jacques Parizeau escreve que, se o "sim" tivesse vencido no referendo de 1995 sobre a independência de Québec -o "não" o derrotou com pequena vantagem de 50 mil votos-, ele teria feito declaração unilateral de independência poucos dias depois.
Isso teria dado início a uma crise constitucional entre a Província predominantemente francófona de 6,5 milhões de habitantes e os 19 milhões que falam majoritariamente inglês no resto do Canadá.
A surpreendente confissão, que mostra tão vivamente o quão próximo de um desastre chegou o Canadá há 18 meses, eletrificou a campanha eleitoral que termina com as votações de 2 de junho. Ela também serve para assegurar que a única questão que tem assombrado a política canadense das últimas duas décadas -o futuro de Québec- vai mais uma vez dominar o processo eleitoral.
Para os líderes do Bloco de Québec, que lutam para manter seu domínio sobre a Província e construir o momento para um novo referendo, talvez em 1998, o livro é altamente embaraçoso.
Parizeau teve de renunciar à liderança do Partido de Québec logo depois da votação de 1995. Depois da divulgação dos resultados, Parizeau assustou seus colegas ao culpar imigrantes e ricos pela derrota.
As revelações do livro são surpreendentes, particularmente, porque Parizeau havia assinado um acordo com outros líderes partidários, meses antes do referendo, se comprometendo a negociar a independência do Québec com o Canadá durante um ano caso o "sim" vencesse.

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