São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O pai do ano

ALINE SORDILI

Luciano Szafir fala de Xuxa, desconversa sobre filhos e prefere divulgar sua nova paixão
Ao ler o título dessa reportagem, Luciano Lebelson Szafir vai, com certeza, fazer uma careta. Ele detesta rótulos e títulos, principalmente se eles remetem à Xuxa. Não quer ser visto apenas como o namorado dela, logo agora que vive uma nova paixão.
Não, Luciano não está separado da rainha dos baixinhos. Sua vida, no momento, está tomada por seu novo projeto: implantar a marca de óculos e relógios norte-americanos Fossil no Brasil.
Paulistano, ele jura que esse foi o motivo que o levou a morar no Rio de Janeiro, cidade também adotada pela gaúcha Maria da Graça Xuxa Meneghel.
Há quase quatro meses, Luciano vive na ponte aérea. Montou o escritório central da Fossil no Rio, mas vem a São Paulo praticamente todas as semanas, pela família e pela filial de seu escritório, na região dos Jardins, montado a duas quadras da casa de seus pais.
"Eu não pego carro em São Paulo, graças a Deus", afirma Luciano, que tem ascendência judaica. Sua convicção só é quebrada em nome dos negócios. "Só eventualmente para visitar um cliente."
Sua passagem pelo mundo dos negócios começou cedo. Logo depois de terminar seu curso de administração de empresas no Mackenzie, foi trabalhar nos negócios do pai -"comércio, incorporação e um pouco de turismo".
Um ano depois, Luciano queria mais "mobilidade" e decidiu viajar para os EUA. Desembarcou em Nova York, onde começou -por acaso- sua carreira de modelo. "Na verdade, tinha colocado na cabeça que queria tirar um ano de férias. Surgiu uma oportunidade. Fiquei meio receoso, mas fiz meu primeiro trabalho."
Luciano conta que, naquele ano, fez "quase tudo o que podia". "Viajei o mundo inteiro, ganhava bem para isso, me divertia. Mas, quando vi, estava estourando. Acho que o tipo físico que estava vendendo bem na época era o meu: moreno", comenta ele, com muita modéstia, sem acrescentar suas outras qualidades evidentes: alto (1,90 m), forte (95 kg) e bonito.
Sempre cuidadoso, Luciano faz ressalvas: "Quer dizer, no começo era muito difícil fotografar, porque eu não tinha idéia de como fazer".
Pelo seu relato, as dificuldades foram superadas logo. "Quando vi, estava morando num prédio na 5ª Avenida", conta ele, que também desfilou na Europa.
"Paris, Milão. Viajei até para o Taiti. Fiz todas as grifes: Armani, Thierry Mugler, Calvin Klein..."
Luciano faz o tipo moço bom. "Coloquei o prazo de um ano porque não queria me afastar da minha família. Era o filho mais velho e larguei tudo, larguei os negócios", comenta ele, hoje com 28 anos, sem arrependimento. Nessa fase, Luciano conta ter acumulado 198 cartões de embarque. Agora, ele promete voltar às campanhas publicitárias como garoto-propaganda de sua marca.
Xuxa
Tirando os negócios, Luciano mantém um certo distanciamento forçado de suas outras paixões.
Seu filme preferido, "Imensidão Azul", do francês Luc Besson, só pôde ser visto em vídeo, assim como a maioria dos filmes. As cadeiras dos cinemas não comportam seu tamanho, conquistado com jiu-jitsu, natação e surfe.
Durante a entrevista, além da sessão de fotos, Luciano só perdeu um pouco do seu bom humor quando o assunto era a Xuxa.
Evita comentar ou mesmo responder a perguntas sobre ela. Ele afirma estar "curtindo" o relacionamento que já dura pouco mais de oito meses. Mas, educadamente, desconversa quando o assunto é filhos, mesmo sendo de uma família de quatro irmãos: "Acho natural ela querer ter filhos".
Acontece que Xuxa anda dizendo que quer engravidar em junho, o que implicaria já ter escolhido pai. Mas sobre isso Luciano responde apenas com o silêncio.

Texto Anterior: Tudo por um filho
Próximo Texto: Consciência corporal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.