São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997
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Os principais casos ocorridos durante o primeiro ano do plano

1996
Caso Bodega - O promotor Eduardo Araújo da Silva pede à Justiça a libertação de sete suspeitos do assalto ao bar Bodega, ocorrido em 10 de agosto, em Moema (zona sul de São Paulo). O promotor alegou falta de provas e suspeita que os acusados confessaram o crime sob tortura, no 15º DP, no Itaim Bibi (zona oeste). Um mês depois, o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa) prendeu os cinco verdadeiros autores do crime, que já foram condenados

Quadrilha da Rota - A polícia de São Paulo identificou e prendeu um grupo de extermínio formado por quatro PMs da Rota, em maio. A quadrilha é acusada de participação em três chacinas, uma tentativa de homicídio e três roubos -dois a bancos. Em outubro, a Corregedoria da Polícia de São Paulo havia identificado dois policiais civis -um delegado e um investigador- acusados de ligação com a quadrilha da Rota. Os policiais são acusados pela morte de pelo menos 25 pessoas

Advogado morto - o coordenador do CDHMP (Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Memória Popular) de Natal (RN), advogado Gilson Nogueira, foi assassinado no dia 20 de outubro. Nogueira investigava um grupo de extermínio formado por policiais. Ele também era assistente da Promotoria de Justiça para auxílio de vítimas de crimes contra os direitos humanos

Pareja - O sequestrador e assaltante Leonardo Pareja foi assassinado com sete tiros, no dia 9 de dezembro, dentro do Centro Penitenciário Agroindustrial de Goiás (Cepaigo), onde cumpria pena. Em depoimento à Justiça, Pareja disse que estava sendo ameaçado de morte pela Polícia Civil. Ele estaria sendo ameaçado por ter denunciado maus-tratos a presos e suposto envolvimento de investigadores e delegados em roubos de carros

Grupo de extermínio em Cuiabá - O Departamento de Inteligência da Polícia Civil de Cuiabá (Mato Grosso) iniciou, em maio de 1996, investigação de um suposto grupo de extermínio de adolescentes envolvendo policiais

Grupo de extermínio em Manaus - Um empresário é acusado de ter ligação com um grupo de extermínio em Manaus (AM). Segundo a OAB-AM (Ordem dos Advogados do Brasil), o grupo seria responsável pela morte de 22 pessoas. Todas as mortes têm características semelhantes -os corpos, com pés e mãos amarrados e tiros na cabeça, aparecem em estradas da periferia. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Hélio Bicudo, pediu o afastamento do secretário de Segurança Pública do Amazonas, Klinger Costa, que foi mantido no cargo pelo governador Amazonino Mendes

1997
Caso Diadema - No dia 31 de março foi exibida pela televisão imagens de um grupo de PMs torturando moradores da favela Naval, em Diadema (Grande São Paulo). O líder do grupo de dez policiais, o PM Otávio Gambra, o Rambo, é acusado de ter matado o conferente Mário Josino. Os PMs estão presos.

Presas espancadas - A Ouvidoria da Polícia de São Paulo denunciou o espancamento de 22 presas da Cadeia Pública de Santa Rosa do Viterbo, no interior de São Paulo, ocorrido no dia 12 de janeiro. Oito PMs e cinco policiais civis foram denunciados pelas agressões. As presas haviam iniciado um protesto pacífico contra as condições da cadeia

Índio pataxó - No dia 20 de abril cinco jovens de classe média de Brasília incendiaram o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos. O crime aconteceu em um ponto de ônibus, quando o índio dormia em um banco, depois de uma comemoração do Dia do Índio, na sede da Funais. Os cinco jovens, entre eles o filho de um juiz federal, estão presos

Cidade de Deus - Um cinegrafista amador registrou seis policiais militares agredindo pelo menos 11 moradores da favela Cidade de Deus (zona oeste do Rio). As imagens foram divulgadas no dia 7 de abril. A Justiça acatou denúncia do Ministério Público contra os policiais. O chefe do grupo de policiais era o major Álvaro Rodrigues Garcia, que poderá ser condenado a até 65 anos

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