São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997 |
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O Brasil é o maior problema da Argentina, diz Dornbusch
FERNANDO GODINHO
Dornbusch, que previu a crise cambial do México ocorrida no final de 1994, se referia ao fato de que o principal parceiro comercial da Argentina estar atrasado em relação às reformas e não possuir uma política cambial clara. "A Argentina está na linha de fogo. O governo brasileiro não tem uma agenda agressiva de reformas e de internacionalização", disse. "A situação no Brasil não está sob controle. Nem o presidente da República sabe qual é a política cambial do país", criticou. "Tudo no Brasil vai seguir em círculos, porque o único projeto nacional é a reeleição presidencial", disse Dornbusch. Na avaliação do economista, o real está sobrevalorizado em 25% com relação ao dólar. O governo brasileiro "tenta arrumar as coisas sem avançar nas reformas estruturais". Na opinião dele, a inflação brasileira reforça a necessidade de desvalorizar o real perante o dólar, pois os preços no Brasil ficam fora do parâmetro internacional. "Tenho certeza de que até às eleições presidenciais de 98 não haverá qualquer tipo de desvalorização do real, pois o controle da inflação é o que mais importa." Questionado sobre a possibilidade de uma desvalorização do real após as eleições presidenciais de 1998, Dornbusch foi irônico. "Quem sabe o que vai acontecer? É difícil escrever um roteiro para o Brasil", considerou. Dornbusch disse ainda que não vê a possibilidade do Brasil sofrer ataques especulativos contra o real devido ao grande volume das reservas internacionais do país. Texto Anterior: Equipe acha que importações começaram a parar de crescer Próximo Texto: MICT prioriza quatro setores de alta "densidade tecnológica Índice |
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