São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997 |
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Pênaltis ganham torneio oficial no Pará
FÁBIO VICTOR
A disputa de pênaltis, que começa quando já não há mais futebol a ser jogado e não raro é amaldiçoada com as expressões acima, ganhou status de torneio no Pará. Paralelamente ao campeonato da primeira divisão, e com os mesmos nove participantes deste, a Federação Paraense de Futebol está promovendo o Campeonato Paraense de Penalidades Máximas. O torneio é disputado nos intervalos das partidas, com os jogadores dos bancos de reservas das equipes que se enfrentam. Mas os atletas reservas não são os únicos suplentes envolvidos na competição. A disputa é mediada pelo árbitro auxiliar da partida, e os auxiliares técnicos ou preparadores físicos dos times são os encarregados de escolher os cinco jogadores que vão bater os pênaltis. Segundo Roberto Vasconcelos, diretor do departamento técnico da FPF e idealizador do torneio, o objetivo é levar mais público aos estádios e estimular os atletas que não costumam jogar. "Estamos dando uma oportunidade para os times movimentarem os seus reservas e ainda iremos premiá-los por isso", diz. Ao final da competição, o time campeão, o artilheiro e o goleiro menos vazado receberão um troféu da FPF. A Tuna Luso, terceira colocada no primeiro turno do Campeonato Paraense de futebol, está liderando o torneio de pênaltis, com 17 pontos. O Remo, campeão do turno, está empatado com o Bragantino em terceiro, ambos com 15 pontos. O Paysandu é o segundo colocado. Para evitar que as cobranças se estendessem além dos 15 minutos do intervalo, o regulamento do torneio instituiu o empate -até então impossível de acontecer na cobrança de pênaltis. Cada time tem direito a apenas cinco cobranças. Se, ao final delas, tiverem marcado o mesmo número de gols, encerra-se a disputa e ambos levam um ponto. As vitórias valem três pontos. "A avaliação está sendo muito boa. Os times têm melhorado nas cobranças e o público dos jogos tem melhorado", diz Vasconcelos. Em seu primeiro ano, a competição divide a opinião dos jogadores. O atacante Ageu, do Remo, vice-artilheiro do Paraense, com oito gols, considera o torneio "uma bobagem". "Não vale para nada. Se o jogador perde o pênalti no intervalo e entra no segundo tempo, a torcida pode pegar no pé dele." Ageu, titular do time até a penúltima rodada, quando perdeu a posição para o recém-contratado Gílson Batata, só participou de uma disputa, depois que foi para o banco. Perdeu o pênalti que cobrou. Reserva desde o início do torneio, o também atacante do Remo Zé Raimundo diverge do colega. "Acho uma competição válida, que dá motivação para os reservas. Quanto ao fato de "se queimar" com a torcida no caso de um insucesso no intervalo, Zé Raimundo mostra-se despreocupado: "O jogador tem que ter personalidade. Eu mesmo já perdi um pênalti no intervalo , entrei no jogo no segundo tempo e arrasei." Texto Anterior: Times milionários têm instabilidade emocional Próximo Texto: Entenda o regulamento Índice |
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