São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Antunes fala sobre Ohno

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor de teatro e coordenador do CPT (Centro de Pesquisas Teatrais), Antunes Filho, encontrou com Kazuo Ohno pela primeira vez na França, no Festival de Nice, há cerca de 15 anos. Na hora, ficou fascinado com o que viu e adotou-o como seu guru.
Leia a seguir um breve depoimento do diretor sobre Ohno.
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"Para mim Kazuo Ohno é um expoente, juntamente com Charles Chaplin e Picasso. Kazuo é o meu guru.
Vi pela primeira vez o trabalho de Kazuo na França, no Festival de Nice, em 81 ou 82 e fiquei fascinado com aquilo, com a sua visão do mundo completamente diferente.
Estava lá no festival, nunca tinha ouvido falar do trabalho dele e fui ver. A sala estava quase vazia, mas aquilo me fascinou tanto que voltei para vê-lo todos os dias que se apresentou. Foi um impacto.
Para mim Kazuo trouxe uma luz em meio a tanta coisa conservadora no teatro brasileiro. Kazuo vai muito mais a fundo nas questões da vida.
Fui até o estúdio dele no Japão para assistir seu trabalho e fiquei embevecido. Atualmente nos encontramos apenas de vez em quando, quando ele vem ao Brasil.
Ele tem algumas referências ocidentais em seu trabalho, como o catolicismo, mas me identifico com ele. É ele lá, com o catolicismo, e eu aqui, com o budismo. Seu trabalho tem influência direta no meu, adotei referências do butô em meu trabalho.
Aqui no Brasil, a casa de Kazuo Ohno é o Sesc Anchieta, onde faço o meu trabalho."

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