São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Pitta adota estilo Maluf

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta repetiu o estilo intimidativo de Maluf ao anunciar que vai exigir a demissão de 10% dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo.
Em todas as greves que enfrentou, o ex-prefeito fez ameaças. Diante das câmeras, Maluf dizia que cancelaria os contratos das empresas que se recusassem a demitir funcionários.
Na prática, entretanto, nenhum motorista ou cobrador foi demitido por participar de greve.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) sempre colocou obstáculos para que isso acontecesse.
Ao julgar o dissídio, normalmente depois da greve, o TRT sempre concedeu um prazo de estabilidade para os funcionários.
A prefeitura diz que a situação atual é diferente. A greve ocorreu após o julgamento do dissídio, na segunda-feira. "Eles afrontaram a decisão judicial, que determinou 8% de aumento salarial", disse Pitta.
O prefeito disse que as empresas pretendiam fazer demissões desde o início do ano, quando houve redução do número de linhas.
Pitta diz que não permitiu que isso ocorresse, na época, mas que reviu sua posição por causa da greve.
Advogados
O advogado Agenor Barreto Parente diz que "a participação pacífica em greve, ainda que julgada ilegal, não é motivo para demissão por justa causa".
Para o advogado e professor de direito do trabalho da FMU Carlos Zimmermann, pode haver demissões. "O artigo 14 da lei de greve diz que constitui abuso do direito de greve a manutenção de paralisação após acordo ou decisão judicial."

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