São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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73 ônibus sofrem depredação

DA REPORTAGEM LOCAL; DA FT

Viação Santo Amaro registra tumulto
Desde as 21h30 de anteontem até as 18h30 de ontem, haviam sido depredados 73 ônibus, segundo a São Paulo Transporte (SPTrans).
Maurício Lourenço da Cunha, presidente do Transurb -sindicato patronal que reúne as empresas de ônibus e dono da Penha São Miguel, empresa que tem 735 carros- afirmou que sua empresa teve 15 veículos depredados.
Nenhum ônibus da Penha São Miguel saiu das três garagens da empresa durante a manhã de ontem, segundo Cunha.
"Na noite de terça, 15 ônibus da minha empresa foram depredados", diz. A maior parte teve apenas o pára-brisa estilhaçado, por pedras ou bolinhas de gude.
Um encarregado da empresa Santo Estevam -também na zona leste-, que se identificou apenas como Carvalho, disse que a maioria das depredações são feitas por perueiros.
"Os perueiros não querem perder essa boca."
A Santo Estevam teve 12 ônibus depredados entre as 23h de terça e as 2h de ontem. Já na parte da manhã, outros três ônibus foram danificados.
Segundo Carvalho, a empresa tem cerca de 500 motoristas e uma frota de 214 carros. "Pelo menos 95% dos motoristas não vieram trabalhar."
Piquete
O diretor administrativo do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus, José Carlos da Silva, chegou a retirar a chave do contato de um ônibus que, por volta das 7h, preparava-se para furar a greve e sair da garagem da Viação Santo Amaro, a maior empresa de ônibus da zona sul.
Depois de um bate-boca, PMs que acompanhavam o piquete em frente à garagem acabaram convencendo o sindicalista a devolver a chave do ônibus.
"A polícia está no papel dela", afirmou Silva. "O trabalhador também tem o seu papel, que é fazer greve."
Houve algum tumulto, com grevistas se postando à frente dos ônibus que ameaçavam sair da garagem, mas não foi registrado nenhum incidente grave. Sete ônibus furaram o cerco dos grevistas e deixaram a garagem.
No início da manhã, Silva avaliava a adesão à greve em 95%. "O risco da greve é grande, mas o sindicato tem que acatar a decisão da assembléia da categoria", disse Silva.
Na assembléia de anteontem, os dirigentes do sindicato chegaram a propor o adiamento da greve, mas a categoria não aceitou a proposta. A diretoria do sindicato acabou então retirando a proposta de adiar a paralisação.

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