São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
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Termina rebelião em presídio no ES

PAULO JORDÃO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM VILA VELHA

No início da madrugada de ontem, após cinco dias de tensão, terminou a mais longa rebelião de presos já registrada no Espírito Santo, na Casa de Detenção do Complexo Penitenciário de Pedra d'Água, em Vila Velha (Grande Vitória).
Os presos libertaram os cinco reféns que ainda mantinham -José Luis de Oliveira, diretor do presídio; Valdomiro Pereira Filho, diretor-adjunto; Sandra Lúcia Fraga, auxiliar-administrativa; Fabio Renato Bissoli, agente penitenciário e Gilmar Mariano, chefe de segurança.
A refém Neusa Maia, agente de polícia, havia sido libertada no final da tarde de ontem. O motim envolveu 135 presos, liderados pelo assaltante de bancos Lutemberg de Jesus, o Bequinha.
Para acabar a rebelião, foram feitas reuniões entre os membros da comissão de negociação do Ministério da Justiça e os líderes dos amotinados até que, às 0h25 de ontem, o último refém foi solto. Eles desistiram da fuga para reivindicar melhorias para o sistema penitenciário.
Nos cinco dias de rebelião, a presença constante das câmeras de TV no local das negociações atraíram dezenas de pessoas para o local, que se aglomeravam na entrada da Casa de Detenção, esperando uma solução para a rebelião.
Na Casa de Detenção, a Polícia Militar mantinha ontem a guarda externa do prédio. Dentro, os presos começavam a limpar e consertar os estragos causados durante os cinco dias de rebelião.
Ontem, o governador Vitor Buaiz (PT-ES) disse que vai solicitar ajuda do Ministério da Justiça para tornar mais ágil a Justiça capixaba, buscando reduzir as possibilidades de rebelião no Estado.
Na avaliação do governador, uma das causas para os motins é a lentidão da Justiça, que gera superpopulação de presos. O secretário da Justiça e Cidadania, Perli Cipriano, defende um sistema carcerário em que os presos trabalhem, mas também tenham acesso à educação e saúde.
Uma comissão formada por representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ministério Público e Assembléia Legislativa, entre outras entidades e instituições, está levantando a situação completa do sistema penitenciário no Estado para debater soluções.

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