São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Termina motim de 20 horas no MS

DA AGÊNCIA FOLHA EM CAMPO GRANDE; DA AGÊNCIA FOLHA EM SANTOS

Os 83 presos no Centro de Triagem de Campo Grande (MS) libertaram ontem as quatro pessoas mantidas como reféns desde anteontem, pondo fim a uma rebelião de 20 horas.
Serão atendidas oito das nove reivindicações. O secretário de Justiça, João Pereira da Rosa, disse que criará uma ouvidoria do Departamento do Sistema Penitenciário para atender denúncias contra agentes carcerários.
Um dos líderes do motim, Mário Rosa, 18, alegou que os presos pagam propinas aos agentes para tomar banho de sol e dar telefonemas. O diretor-geral do Departamento do Sistema Penitenciário, José Duarte Neto, nega.
O momento mais tenso ocorreu ontem pela manhã, quando o juiz da Vara das Execuções Penais, Francisco Gerardo, disse que se retiraria das negociações caso eles não libertassem os reféns.
Os presos, armados com facas e barras de ferro, começaram a dar empurrões num dos reféns, o agente carcerário Abel Correia Chaves, 25, amarraram seus pés a uma viga de madeira e ameaçaram dependurá-lo de cabeça para baixo. Eles também prometiam explodir um botijão de gás de cozinha ao lado do carcereiro.
Na madrugada, os amotinados espancaram o presidiário Sidnei Fernandes Ciríaco, que seria parente de um delegado de Polícia Civil, segundo os presos.
Fugindo da agressão, Fernandes pulou do muro de seis metros de altura que separa o CT do pátio do Presídio de Segurança Máxima, sofrendo vários ferimentos.
Na reunião que pôs fim à rebelião, os presos conseguiram atendimento jurídico e de saúde, alimentação de melhor qualidade, 25 colchões novos, ampliação no tempo para o banho de sol e garantia de que ninguém será transferido para outros presídios.
Durante toda a reunião, o preso Sérgio Soares da Silva passava informações e pedia conselhos por meio de celular à advogada Maria de Lourdes Silveira Terra.
Santos
O preso Manoel Buarque de Alencar, 37, foi morto a pauladas e golpes de faca ontem na Casa de Detenção de São Vicente (SP). O crime seria resultado de um acerto de contas entre presos. Alencar era apontado como um dos líderes da rebelião que terminou segunda.
Segundo a polícia, um grupo de presos encapuçados dominou dois agentes penitenciários. Os presos retiraram Alencar da cela e o mataram. O corpo foi jogado em frente à enfermaria.

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