São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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Matador já havia comprado próprio caixão
PAULO MOTA
Genilson Ferreira de França, irmão de França, disse que ele ligou para uma funerária de Natal e encomendou um caixão. Genilson afirma que França chegou a convidar uns amigos para ajudá-lo a fazer sua cova. "Foi nesse caso que nós percebemos que o Genildo não estava muito bom da cabeça", diz Genilson. Segundo ele, os agentes funerários chegaram à casa de França, desconfiaram que ele estava brincando e chamaram a polícia. O caixão nunca foi entregue. Genilson disse que a polícia encontrou dois revólveres e pelo menos duzentas balas na casa de França. A mãe de assassino, Maria do Carmo, disse que ele havia desenvolvido gosto pelas armas durante o período em que serviu o Exército, entre 1987 e 1988. No álbum de fotografias da família, a Agência Folha conseguiu ver pelo menos duas fotografias do filho de França, Mateus, de oito meses, portando armas. Numa delas, Mateus está com o revólver dentro da fralda. O delegado de Macaíba, Sérgio Leocádio, disse acreditar que França já estava preparando os assassinatos. "Há cerca de dois meses, Genildo vendeu parte de sua mercearia e comprou tudo em armamentos", diz Leocádio. França utilizou como armas de seus crimes um revólver calibre 38 e uma pistola automática. Em seu poder foram encontradas ainda 104 balas não utilizadas. Maria de Lourdes de Sá, 42, vizinha de França, perguntou a ele por que estava vendendo seus eletrodomésticos e as mercadorias. "Genildo respondeu que estava se preparando para fazer uma viagem com vários amigos e que precisava de dinheiro para isso", disse. Briga Maria das Neves Silva, tia de Mônica -a mulher de França-, disse à Agência Folha que há cerca de um mês o casal teve um desentendimento e Mônica foi dormir na casa da mãe dela. "Nós fomos acordados com os gritos de Genildo. Ele dizia que, se Mônica não voltasse para casa, matava a família toda", disse ela. Segundo Maria das Neves Silva, uma semana depois, Mônica lhe disse que França afirmou que estava preparando uma "viagem", e que pretendia levá-la e a toda a família. Francisco José de Assis, vizinho de França, disse à Agência Folha que conversou com ele há cerca de cinco dias. "Ele me falou que seus detratores e devedores iam ter uma recompensa brevemente." Texto Anterior: Violências Próximo Texto: Delegacia decide se garota vai ficar detida Índice |
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