São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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Delegacia decide se garota vai ficar detida
FÁBIO GUIBU
A garota seria encaminhada ainda ontem à delegacia da Infância e Adolescência, que vai apurar a acusação e decidir se ela permanecerá ou não detida. A legislação admite uma pena máxima de três anos de reclusão para adolescentes infratores. V.R.S. nega qualquer participação nos crimes, mas confirma que ficou em companhia do comerciante durante todo o período de 22 horas em que ele cometeu os assassinatos. A adolescente disse que foi obrigada a permanecer com o comerciante e afirmou que não conseguiu fugir porque "ele mostrava a arma e só parava o carro para buscar os caras (suas vítimas)". Segundo V.R.S., França a obrigou também a colocar balas nas armas usadas por ele nos crimes. "Qualquer um faria o que eu fiz", disse. Boiola A adolescente disse que conheceu o comerciante há um ano e que sabia que ele queria matar quem lhe "devia dinheiro" e o chamava de "boiola" (homossexual). "Ele dizia que ia esperar o filho crescer e o cunhado pagar os R$ 5.000 que lhe devia para comprar munição e matar", afirmou a garota. "Não sei por que ele resolveu fazer isso naquele dia." Quando França começou a matar, V.R.S. disse que ainda implorou para que não matasse mais pessoas. "Eu gritava: 'Neguinho, faz isso não"'. A garota confirmou a versão de que o comerciante se matou -e não foi morto por policiais, como diz a versão oficial- ao ser encurralado num matagal. "Ele pegou o revólver 38 e atirou no peito. Depois disse: 'Vai, vai, menina', e ficou lá, deitado." O comerciante, afirmou V.R.S., pretendia matar mais pessoas, assim que anoitecesse. Para passar o dia escondido no matagal, tinha comprado lanches e refrigerantes. Segundo V.R.S., França era uma pessoa aparentemente "normal" antes de cometer os crimes. "Era simpático, mas fumava maconha." (FG) Texto Anterior: Matador já havia comprado próprio caixão Próximo Texto: Família não vai ao enterro Índice |
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