São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Acusado de ajudar França nos crimes é preso

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM NATAL

A Polícia Civil prendeu ontem em São Gonçalo do Amarante (RN) o ceramista Francisco de Assis Ramos dos Santos, acusado de ter participado de cinco dos pelo menos 14 assassinatos cometidos pelo comerciante Genildo Ferreira de França.
Segundo o delegado regional de Macaíba (RN), Sérgio Fernando Leocádio Teixeira, que acompanha o caso, Santos teria presenciado cinco homicídios e ajudado França a esconder os corpos.
Com base no depoimento do ceramista, a polícia encontrou ontem, às 11h20, o corpo do motorista de táxi Francisco Marques Carneiro, primeira vítima do comerciante.
O corpo tinha uma marca de tiro na testa e estava jogado num matagal, ao lado de uma estrada vicinal, a cerca de cinco quilômetros da cidade.
Santos foi indiciado sob acusação de homicídio doloso (intencional) e pode ser condenado a até 150 anos de prisão -30 anos por cada morte, disse o delegado.
Mas a legislação brasileira não permite que um condenado permaneça mais de 30 anos preso.
Crime premeditado
Santos estava escondido na casa de parentes, na zona rural de São Gonçalo.
Sua suposta participação nos crimes surgiu a partir do depoimento da adolescente V.R.S., que estava acompanhando França desde a tarde de quarta-feira.
O acusado nega ter participado diretamente dos crimes, mas admite ter ajudado o comerciante a esconder os corpos. Ele afirmou que foi ameaçado por França.
Em entrevista à Agência Folha (lei abaixo), Santos confirmou a versão de que o assassino planejava as mortes havia mais de um ano. "Só que nunca pensei que ele fosse cumprir o que dizia."
Segundo o ceramista, o comerciante teria sido preso um ano atrás, com quatro armas. As armas teriam sido apreendidas pela polícia. O delegado ainda investiga se houve essa ocorrência.
O ceramista confirmou também que França pretendia se vingar das pessoas que lhe deviam dinheiro ou duvidavam de sua sexualidade. "Todo mundo falava que ele era fresco, mas eu não sei. Ninguém tem certeza."

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