São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997 |
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'Ele ria muito antes de atirar nas vítimas'
FÁBIO GUIBU
Em entrevista à Agência Folha, Santos disse que França atirava "na testa" e depois pedia para que o ajudasse a se livrar dos corpos. Ele negou ter atirado nas vítimas. O acusado disse que França pretendia matar "todos" os que lhe deviam dinheiro ou que questionavam sua sexualidade. A seguir, trechos da entrevista. (FG) * Agência Folha - Como ele matava as pessoas? Francisco de Assis Ramos dos Santos - Ele mandava a pessoa descer do carro e metia a peste. Só metia bala aqui, ó (aponta para a testa). Agência Folha - Ele falava alguma coisa antes? Santos - Ele ria muito antes de atirar. No carro, só falava de morrer e matar. Agência Folha - Você atirou? Santos - Não peguei nas armas dele para nada. Agência Folha - Você ajudou a esconder quantos corpos? Santos - Cinco corpos. Agência Folha - Por que você o acompanhou? Santos - Eu o conhecia fazia cinco anos e costumava andar com ele. Não sabia que ia matar. Agência Folha - Você já sabia que ele pretendia matar pessoas? Santos - Sabia que ele queria fazer uma besteira, mas não sabia que era nesse dia. Ele falava sempre que ia matar gente. Agência Folha - Por quê? Santos - Porque uns chamavam ele de fresco e outros ficavam devendo dinheiro para ele. Agência Folha - Por que ele não matou você nem a garota? Santos - Ele disse que era muito amigo meu, que nunca tinha desconsiderado ele. Mas avisou que, se eu tentasse fugir, iria matar minha mãe, meu pai... A menina, acho que ele queria que ela vivesse para contar o que aconteceu. Agência Folha - Por que você não tentou impedi-lo? Santos - Eu fui ameaçado. Agência Folha - Como você conseguiu sair do carro? Santos - Depois que ele matou cinco, levou-me para a cidade. Texto Anterior: Acusado de ajudar França nos crimes é preso Próximo Texto: CRONOLOGIA Índice |
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