São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997
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Estudo vê 'atenuante' para o efeito estufa

DA REDAÇÃO

Pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) sugerem que o efeito estufa pode ser muito mais complexo do que se pensava.
Cientistas já especulavam que a poluição industrial poderia, de uma certa forma, evitar que a temperatura do planeta subisse significativamente.
O conceito, chamado "paradigma do sulfato", se baseia no fato de que o sulfato, emitido quando há queima de combustíveis fósseis, como óleos, agiria como uma espécie de um "espelho sujo", refletindo a radiação solar de volta ao espaço, ao contrário do que acontece com o carbono, capaz de absorver a radiação do Sol.
A teoria prevê que o sulfato agiria como uma espécie de fator equilibrador.
Ao refletir a radiação solar, contribuiria para o resfriamento da temperatura, ao contrário do que acontece com o gás carbônico, que, ao absorvê-la, contribuiria para o aquecimento do planeta.
Esse equilíbrio explicaria por que a temperatura global não estaria subindo tão rapidamente como se esperava.
O que os pesquisadores descobriram é que essa teoria pode estar furada. Isso significaria que outros fatores poderiam estar ligados ao fato de a temperatura da Terra não estar subindo tanto como uma vez foi previsto.
"O enigma do efeito estufa pode ser maior do que se pensava", escreveu Peter Hobbs, um dos autores do estudo.
Eles fizeram a primeira medida direta das partículas da atmosfera sobre uma região poluída da Costa Leste dos EUA.
Descobriram que as partículas de carbono ultrapassam em número as partículas de sulfato.
Hobbs sugere que um dos fatores que podem estar contribuindo para o fato de a Terra não estar esquentando tanto como se pensava é um fenômeno chamado condensação dos núcleos de nuvens: são partículas microscópicas na atmosfera em torno das quais o vapor de água condensa, formando as gotas das nuvens.
Se uma nuvem contém maior quantidade desses núcleos, sugere o pesquisador, ela poderia contribuir para o resfriamento, porque agiria como um refletor mais eficiente da radiação solar.

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