São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997 |
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Lula se afasta da direção do PT e ataca investigação Petista diz que não instalaria comissão do caso Cpem SILVANA QUAGLIO
O pedido de afastamento de Lula será formalmente encaminhado ao presidente do PT, José Dirceu, e analisado em reunião do diretório, no dia 6 de junho. Lula é um dos 85 membros do diretório nacional e acredita estar dando um exemplo com o pedido de afastamento. A empresa em questão é a Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios), cuja especialidade é assessorar municípios. Segundo Paulo de Tarso Venceslau, ex-secretário petista das Finanças de Campinas e São José dos Campos, a Cpem teria fechado contratos com prefeituras petistas tendo como intermediário Roberto Teixeira, compadre de Lula. Mas, segundo Lula e a Cpem, Roberto não tem nada a ver com a empresa. Dirceu Teixeira, irmão de Roberto, prestou serviços à Cpem, como a empresa confirmou em nota oficial. Encontro Lula admitiu ontem, em entrevista à imprensa, que foi apresentado à Cpem como uma empresa que poderia ajudar as prefeituras pelos irmãos Teixeira. Disse que orientou os dois a procurarem as prefeituras. Afirmou, ainda, que não fez nenhuma recomendação às prefeituras a respeito da Cpem. Mas frisou que não deixaria de indicar uma empresa, caso tivesse certeza de que poderia prestar um serviço relevante. "O PT tem 115 prefeituras, mas nunca indiquei um faxineiro nem interferi em seus atos administrativos", disse o líder petista. Lula se disse tranquilo com relação à denúncia de Venceslau, reiterando que quer que tudo seja apurado com rigor. O dirigente petista atacou o comportamento da imprensa no episódio. Imprensa Disse desconfiar de que se trata de "disputa de jornais para ver quem denuncia mais". Segundo Lula, bastaria olhar a "cobertura de determinados jornais para ver que não deram quase nada sobre o caso dos precatórios e sobre o caso da CPI da compra dos deputados". E agora, segundo Lula, estariam fazendo disso um "escândalo". Aproveitou para atacar adversários, dizendo que preferia enfrentar os questionamentos do que fugir, como, segundo ele, fizeram Sérgio Motta e Paulo Maluf. O líder petista desqualificou as denúncias de Venceslau: "Esse assunto já veio a público há dois anos e nenhuma irregularidade foi comprovada. São fantasias da mente paranóica desse cidadão (Paulo de Tarso Venceslau)". Se estivesse na presidência do partido, afirmou que não faria a comissão de sindicância -como fez José Dirceu- porque as "ilações" de Paulo de Tarso Venceslau não merecem crédito. Texto Anterior: Revolução na Nossa Caixa Próximo Texto: Vicentinho defende ação da comissão Índice |
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